domingo, 2 de dezembro de 2007

JÚPITER


Regente de Sagitário e com exílio em Gêmeos, exaltado quando em Câncer e em queda quando em Capricórnio, o planeta Júpiter é ligado ao crescimento e à expansão. Astronomicamente ele é considerado um gigante: todos os planetas do sistema solar caberiam dentro dele, que é 1300 vezes maior que a Terra. Além disso, ele não é como os outros planetas, pois emite 9 vezes mais radiação do que a que recebe do Sol. Seu ciclo é de 11 anos e 315 dias, ficando mais ou menos 1 ano em cada signo.

Na astrologia ele se associa à benevolência dos deuses e à expansão. Júpiter-Zeus da mitologia olha a vida na Terra de uma alta perspectiva olímpica, distribuindo o bem e o mal, sendo evocado para afastar catástrofes e pragas. Um dos maiores prazeres desse deus, apesar dos cerceamentos de sua esposa Hera, está em correr atrás de mulheres, belos rapazes e deusas, nem sempre com sucesso, mas sempre sendo criativo, se transformando num cisne hoje e em chuva de ouro amanhã, como um ator nato, que adora assumir os mais estranhos papéis. O resultado disso é uma infinidade de filhos, que ele sempre confiava a outros para criar. Na astrologia médica Júpiter está associado ao fígado, nosso maior órgão, que sabe quando recebemos alimentos e bebidas em excesso e regula isso: um fígado com bom funcionamento sabe quantificar excessos, armazenando o que precisamos e destruindo o que é a mais, enquanto um fígado doente luta deficientemente contra o excesso e não consegue eliminar as toxinas adequadamente. Júpiter é crescimento e dilatação e o fígado também se dilata quando comemos e bebemos em excesso para promover o equilíbrio, e, depois de anos de abuso, acaba doente por esgotar seus recursos e não conseguir mais voltar a seu estado normal. Em A Doença Como Caminho (Dethlefsen, Thorwald e Dahlke, Rüdiger – Ed. Cultrix – 1992 - SP), o fígado é descrito através de suas 4 funções: armazenador e gerador de energia, desintoxicador e metabolizador de albumina. Através dessas funções, podemos entender muito das representações de Júpiter. Energia, para o corpo biológico, quer dizer gordura, que em excesso cria a obesidade. Uma das dificuldades que temos com a idade é a de transformar gordura em energia, exatamente porque paramos de crescer e a expansão deixa de ser na vertical e começa a ser horizontal. A percepção de que as necessidades de crescimento estão se modificando – por causa da idade, da mudança da maneira de encarar o mundo, das novas conquistas, dos novos aprendizados, ou o que seja – é a diferença entre a expansão e o exagero: se aos 20 anos você consegue passar a noite bebendo e no dia seguinte ir trabalhar e ir para a aula de noite, aos 35 isso vai causar muitas dores de cabeça e aos 55 é a garantia de uma péssima semana. Assim é com relação ao nosso Júpiter astral também: se não aprendemos a utilizá-lo de maneira sábia, será essa a área de nossa vida em que teremos problemas ao extrapolar nossos limites. Mas o fígado, assim como Júpiter, também é um desintoxicador, e muitas vezes é olhando para a área regida por Júpiter no mapa que podemos encontrar a saída da negatividade que está nos paralisando, pois é ali que teremos um pouco mais de energia para sair para dançar, encontrar os amigos ou ir para aquele grupo de estudos que nos faz bem quando os problemas parecem irresolúveis e estamos desesperançados. E aí, quando voltamos, estamos melhores e os problemas não nos parecem assim tão grandes ou ao menos estamos com mais disposição para enfrentá-los e podemos olhá-los por outros ângulos. Outra das funções importantes do fígado é a transformação de proteína animal e vegetal em proteína humana - levando a uma “evolução” da proteína. O processo de síntese de proteína humana realizada pelo fígado, como descrito no livro “Doença como Caminho”, fala da função “filosófica” ou “religiosa” desse nosso grande órgão. Na síntese de proteína, o fígado quebra as proteínas animais e vegetais em seus elementos básicos - os aminoácidos - e depois reorganiza esse material de modo a construir uma estrutura humana, mudando a qualidade do resultado, apesar da quantidade de aminoácidos continuarem o mesmo. Religião é, literalmente, “ligação retrospectiva”, “ligar de novo”, e é nesse sentido que Júpiter é religioso, pois ele nos possibilita perceber que existe uma união com o todo, e que a diversidade que nos separa da Unidade Primordial é uma ilusão, fruto do jogo divino dos vários padrões básicos da mesma essência comum. É através da percepção e da brincadeira com o todo e as partes, e da tensão entre essas duas percepções, que Júpiter cria expansão para nos fazer evoluir de animais e vegetais para nosso destino humano. A área que Júpiter monta seu altar no mapa astral será onde podemos contar com a benevolência dos deuses e por isso será onde conseguimos compreender mais facilmente como transformar as coisas vividas em lições que nos levam mais além. Quando usamos nosso Júpiter com consciência aprendemos a nos divertir enquanto aprendemos e evoluímos, e também conseguimos ver o que nos faz mal e fazer as mudanças necessárias para viver com maior sabedoria. A casa e o signo do mapa astral em que encontramos Júpiter é uma área onde temos muita necessidade de espaço para preencher e explorar, onde não estamos contentes com rotina e monotonia e queremos experimentar a vida da maneira mais ampla e completa possível. É interessante notar que o Júpiter não é infeliz com o que tem, apenas quer mais, pois sempre há mais um passo a dar: ele não reclama do que tem por estar mais interessado naquilo que irá encontrar mais adiante. Os problemas da casa em que temos Júpiter estarão ligados aos excessos, pois é onde nunca sabemos o que é o bastante até que conheçamos o que é mais que o bastante. Onde somos otimistas ou entusiastas demais acabamos passando por cima dos detalhes, e corremos o risco de superestimar alguma possibilidade e depois não dar conta da concretizaração. É também na nossa esfera jupiteriana que corremos o risco de certa promiscuidade, onde semeamos o que há de mais criativo, mas não temos paciência para ver crescer. Júpiter era invocado como o Grande Preservador da vida e, embora ele possa distorcer nossa clareza e racionalidade, os negócios da casa onde ele se encontra nos oferecem a crença em algo maior, a esperança em algo melhor e o sentido de que a vida não é uma coleção de meros acontecimentos, mas tem um sentido cheio de propósito e significado. Quando nossa fé na vida começa a falhar, é olhando para os domínios de Júpiter que podemos renovar nossa inspiração para continuar.

Um comentário:

baby disse...

UUUUUAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!
AMEIIII!!1