domingo, 27 de janeiro de 2008

Trazendo Luz para a Humanidade: Mitos para Aquário



"Nós sabemos:o ódio contra a baixeza também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós, que queríamos preparar o caminho para a amizade, não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo em que o homem seja amigo do homem, pensem em nós com um pouco de compreensão."
Beltold Brecht - poeta aquariano


O destino e o significado de Aquário podem ser sintetizados pelo mito de Prometeu, um titã que ajudou Zeus-Júpiter a derrotar Crono-Saturno. Etimologicamente o nome desse titã significa “o prudente” ou “aquele que vê antes” (pro = antes; mathanein = perceber, ver), e era conhecido como benfeitor dos homens, enganando seu primo Zeus por duas vezes em favor da humanidade. Da primeira vez Prometeu pegou um boi que os homens haviam oferecido aos deuses e o dividiu em duas porções, uma contendo as carnes e entranhas cobertas pelo couro e a outra apenas com os ossos, mas cobertos pela gordura. As duas porções foram postas perante Zeus, que deveria escolher uma, e a outra seria dada para os homens. O deus dos deuses escolheu a porção com os ossos e, ao perceber que havia sido enganado, “a cólera encheu sua alma enquanto o ódio lhe subia ao coração”, como descreve Hesíodo. Ele castiga a humanidade privando-a do fogo, ou seja, do nus grego, a inteligência, a centelha divina, o espírito criador. Prometeu considera a atitude de Zeus errada e injusta, e, com a ajuda de Palas Atenas, devolve o fogo aos homens, reanimando-os. Zeus dá um castigo exemplar a Prometeu, amarrando-o em um rochedo e mandando sua águia se alimentar do fígado (símbolo da vida e da vontade divina) do titã durante o dia, que voltava a crescer à noite, tornando o suplício eterno. Para os homens, Zeus manda Pandora, uma mulher moldada por Hefesto e com vários atributos dados por todos os imortais, de modo a torná-la irresistível. Epimeteu (“o que vê depois”), irmão de Prometeu, a recebe e se casa com ela. Como presente de núpcias, Pandora dá para Epimeteu uma caixa que, ao ser aberta, deixa escapar todas as desgraças humanas: Fome, Insanidade, Vício, Doença. Quando Epimeteu percebe seu erro, pois seu irmão o havia prevenido para nunca aceitar presentes vindos de Zeus, olha para dentro da caixa desolado, e percebe que lá dentro ainda havia restado a Esperança.

O padrão de Aquário é bem prometéico, vendo à frente de seu tempo, buscando o bem da humanidade e desafiando a autoridade estabelecida. Mas esse impulso aquariano para ampliar o desenvolvimento do homem acaba lhe custando caro. Como na história bíblica do Jardim do Éden, o preço que Adão e Eva pagam por comerem da Árvore do Bem e do Mal, da árvore do conhecimento que os tornariam deuses - exitados pela Serpente-Prometeu - é serem expulsos do Paraíso e terem que conviver com as limitações da vida humana. Prometeu paga a afronta à autoridade com o próprio fígado - literalmente - e os homens, com a caixa de Pandora, e assim têm que aprender a viver com as desgraças de que antes eram poupados; ou seja, também são expulsos do Paraíso. O co-regente de Aquário (ou seu primeiro regente, antes de se descobrir Urano) é o Grande Estruturador Saturno, e, dentro desse signo nós iremos encontrar tanto a autoridade divina, mostrada em seus princípios e ideais rígidos, quanto o desafiador da autoridade, que busca a liberdade, a revolução e o crescimento humano através do conhecimento. O preço que os aquarianos geralmente têm que pagar por isso é um arraigado complexo de culpa, capaz de devorar sua vontade divina. Aquário tem uma enorme insistência em ver o conhecimento como superior à fé cega, não dando chance a nada que ele considere superstição nem tendo paciência alguma com a autoridade que ele ache arbitrária. Esse briga interna de Aquário pode se tornar um suplício eterno, como de Prometeu. Mas no fundo da caixa de Pandora os deuses também mandaram a esperança, assim como Aquário, apesar de todo o horror e destruição que ele vê na humanidade, continua a acreditar na capacidade que os homens têm de criar um mundo melhor. E, afinal de contas, o titã também acaba sendo libertado por Hércules, a mando do próprio Zeus.

É bom lembrar também do mito que fala da constelação de Aquário, que mostra o aguadeiro, um homem jorrando água para o rio de um cântaro, sem entreanto molhar-se nessas águas. Ganimedes era um belo adolescente, filho de rei, e que passava o dia a pastorear nas montanhas. Um dia Zeus o vê e se apaixona, mandando sua águia raptá-lo e levá-lo ao Olimpo. Lá ele passa a servir aos deuses o néctar que, junto com a ambrosia, dava-lhes a imortalidade. Quando Ganimedes morre, Zeus o transforma na constelação de Aquário, como mostra de seu amor. Simbolicamente o homossexualismo representa a negação do poder feminino, e isso é relevante para os aquarianos. Isso não significa que eles sejam homossexuais, mas que eles tem uma certa dificuldade com a base biológica da existência e também com o “irracional”, que fazem parte da simbologia do feminino. A imagem de homossexualismo do mito sugere, entre outras coisas, um mundo exclusivamente masculino, onde o feminino e o plano instintivo da vida não têm lugar, em uma união onde nada mais cresça senão o espírito e a mente. Aquário realmente se sente melhor em companhias e em ideais masculinos, seja homem ou mulher. O costume de algumas culturas separarem os meninos púberes de suas mães, formando grupos exclusivamente masculinos, é um paralelo antropológico que indica a necessidade de excluir o feminino para que se possa fortalecer o masculino. Esse também parece ser um padrão aquariano, embora geralmente se dê em outras esferas que não a da sexualidade. Esse signo é o campeão da Luz e do Espírito. A única divindade com quem Prometeu se envolve é Palas Atená, uma deusa que Hera - a “guardiã dos relacionamentos lícitos” e esposa de Zeus - odiava particularmente, pois era uma filha virgem do Pai, gestada e parida da cabeça do deus dos deuses. O mundo prometeico aquariano é um mundo masculino, sobre a qual se desenham as imagens do drama da luta pela evolução e suas inevitáveis repercussões.

Trigueirinho, um medium brasileiro, fala que a tarefa de Héracles limpar os Estábulos de Augias, rei primo de Eristeu, mostra a missão de Aquário. Possuidor de um imenso rebanho, Augias possuía imensos estábulos que a trinta anos não eram limpos, causando doenças e esterilidades em Élis. O herói promete ao rei que limparia seus estábulos em um dia, desde que ele lhe desse 1/10 do seu rebanho a ele. Pensando ser impossível a tarefa, Augias aceita a proposta. Caminhando pela terra pestilenta e malcheirosa, Héracles se depara com os rios Alfeu e Peneu, e desvia seus cursos para que passassem por dentro dos estábulos, carregando consigo todo o excremento de maneira rápida e precisa. Augias trai o trato com Héracles e o expulsa do reino junto com Fileu, amigo do herói que havia testemunhado o pacto feito. Héracles irá montar duas expedições para atacar Augias e conseguir sua parte do rebanho, e ainda mata o rei seus filhos e põe Fileu no trono. Segundo Diel a estrumeira significa a deformação banal, e irrigar o estábulo com as águas de um rio significa purificar a alma, o inconsciente, da estagnação banal, graças a uma atividade vivificante e sensata. Trigueirinho diz que essa tarefa faz de Héracles um servidor do mundo, livrando Élis do excremento que sujava a cidade e do tirano relapso e egoísta que a governava. Talvez essa Luz que as pessoas de Aquário tanto buscam trazer para a humanidade, possa realmente vivificar o coletivo, limpando a estagnação, de modo a que possa surgir a obra criativa. Mas os acordos com o tirano - seja ele interno ou externo - estão fadados à traição. Aquário precisa entender que, por mais nobre que seja sua causa, por mais lógica que seja seu olhar para o mundo, para completar sua missão ele tem que matar a tirania com que olha a Verdade e o Bem de Todos, libertando o indivíduo. Só assim ele poderá mudar o verso de Brecht:
“Com cuidado examino/Meu plano: ele é/Grande, ele é/Irrealizável.”

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Aquario: Como Ser Um no Todo?



Regido por Urano, personificação mitológica do Céu, local de exílio do Sol e de exaltação do senhor dos mares, Netuno, Aquário costuma ser associado à vanguarda e a uma Nova Era de Amor e Liberdade, onde todos viveremos harmoniosamente juntos. Sem dúvida o grito de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, proferido junto com a Revolução Francesa e com a descoberta de Urano nos céus, é o grande mote desse signo. Mas depois desse brado retumbante, a França passou a viver uma cruel tirania, e isso também tem muito a ver com esse complexo signo de Ar Fixo.
Aquário é um signo conectado com os ideais de grupo e com o bem-estar da humanidade e podemos dizer simbolicamente que os mais nobres anseios humanos se alimentam dessa constelação. Quando experimentamos esse signo mais profundamente vemos como o gênio humano pode ser levado aos limites extremos de modo a controlar a natureza e estruturar a humanidade de maneira a se construir civilizações. Aquário - tanto o signo quanto a Era - está ligado ao aumento da consciência de grupo e à comunicação entre os homens, e esse signo possui uma antena que o coloca muito além de seu tempo, fazendo com que vislumbremos todas as possibilidades de crescimento e expansão de que somos capazes como seres humanos. Sem ideal nenhum progresso poderia acontecer, mas sua realização concreta leva tempo, requer flexibilidade e sensibilidade quanto às limitações humanas, além de uma consciência profunda do lado inferior e obscuro de cada um de nós. Os aquarianos não costumam ser versados em nenhuma dessas coisas e são normalmente impacientes, querendo ver o ideal tomando forma imediata. Embora sejam amantes da Verdade - ou talvez por isso mesmo - não são muito flexíveis e possuem pouca compreensão ou paciência com os aspectos “inferiores” da nossa natureza. Aqui temos os maiores dons e os maiores problemas que constituem o dilema de Aquário.
Como signo de Ar, Aquário encontra sua realidade nas idéias, e, por estar mais preocupado com o que acontece no grupo do que no indivíduo, iremos encontrar o tipo mais tradicional sempre envolvido com direitos humanos e bem-estar geral, em campos como Ciências Sociais, Educação, Política ou Ciências Tecnológicas. Aquárianos, além de futuristas, querem pôr ordem no mundo. Esse é verdadeiramente o signo da liberdade, do socialismo, do anarquismo filosófico e da igualdade humana, e, geralmente, suas maiores qualidades são seu senso de justiça e sua integridade. Aquário tem uma consciência de grupo tão aguda e sensível que pode tornar sua própria vida algo insuportável. Entender que nem todas as pessoas com quem se envolve ou trabalha tem o mesmo código de conduta pode demorar e custar muito para as pessoas desse signo. Aquário muitas vezes tem aversão de ser chamado de egoísta, o que pode ser muito nobre mas não muito saudável psicologicamente. Ele deixa facilmente de lado suas preferências e necessidades pessoais por causa de suas inabaláveis convicções e sua dedicação a objetivos éticos e a princípios que acha que tem de seguir, e vai se relacionar com qualquer pessoa de forma íntegra. Afinal, por pior que alguém seja, não deixa de ser humano, e isso lhe garante direitos inatos. O problema é quando o que o liga ao aquariano é a afetividade, pois ele irá agir da mesma forma. Liz Greene cita o exemplo de dois famosos aquarianos: Abraham Lincoln e Thomas Edson. O primeiro declarou a igualdade entre brancos e negros em uma época de escravidão, o que acabou desencadeando a Guerra Civil Americana e seu próprio assassinato. O segundo foi um dos grandes pensadores e inventores de sua época, e sem dúvida suas descobertas não visavam satisfação ou ganhos pessoais, mas sim o benefício da humanidade. Aqui vemos os dois lados mais admiráveis desse signo - o revolucionário dos direitos humanos e o cientista que trás o progresso para a humanidade. Mas quando se pesquisa suas vidas pessoais não encontramos nada além do nome de uma esposa e dos filhos, como se toda a existência desses ícones americanos tivesse sido direcionada para o ideal que perseguiam. Isso também é muito aquariano. Quanto mais perto do fim do Zodíaco, mais complexo se torna o signo, e seus extremos ficam ainda mais extremos. Por isso o idealismo aquariano vai funcionar muitas vezes para alicerçar um fanatismo intelectual, como daquelas caricaturas de cientistas que inventam uma nova arma sem se preocupar com a maturidade psíquica da humanidade para manipulá-la, ou com a possibilidade de algumas pessoas morrerem por causa disso, afinal, dizem eles, o sacrifício de alguns poucos indivíduos é um preço baixo para o enorme progresso que a arma representa.
Por apreciar mais a humanidade do que as pessoas de carne e osso, ele muitas vezes pode ser brusco, frio e insensível quando lida com as sutilezas do relacionamento humano, sempre se atendo aos seus princípios mesmo quando esses são as últimas coisas que deveriam ser levadas em conta. Aquário acha as emoções algo de mau gosto, tanto no que se refere a si mesmo quanto aos outros. Podemos dizer que esse é um signo orgulhoso e controlado que considera as manifestações emocionais uma fraqueza. É claro que nem todos são máquinas de pensar insensíveis. As mulheres aquarianas, principalmente, têm uma imensa capacidade de devoção e lealdade a uma pessoa. Mas isso também está de tal modo ligado a seus ideais e sua moral, que nem sempre conseguirão se ajustar às flutuações de um relacionamento. Além disso, os aquarianos estão tão obcecados pelos direitos que se deveria ou não ter que esquecem de si, de modo que acabam pulverizando as próprias emoções. Isso pode até parecer nobre, mas com o tempo serão necessários alguns comprimidos para dormir. Não é raro encontrar aquarianos que abrem mão de sua carreira por ter feito um acordo no casamento para ajudar o parceiro e que depois se vêm traídos, ou que buscam trabalhos em grupo para compartilhar responsabilidades e acabam sobrecarregados com o que ninguém mais quer fazer. Aquário tem um precioso dom para a lógica, e sabe discutir racionalmente com muito brilho, principalmente quando o assunto é a análise do comportamento humano. O problema é que lhe é difícil criar espaços para a sua natureza emocional, que é tão profunda e complexa como sua mente. Hoje em dia sabemos, também, que a mente sozinha, desconectada do coração, das emoções e intuições não necessariamente lógicas, pode voar muito longe mas não é a melhor maneira de se encontrar as saídas.
Na verdade suas próprias emoções muitas vezes assustam Aquário, e ele, como verdadeiro signo de Ar que só confia naquilo que pode ser entendido pela mente, acaba relegando essa parte ao campo que chama de “imaginário”, no mau sentido. Por isso as coisas ficam tão difíceis quando o assunto é romance, pois ele é capaz de se matar pelo ser amado, mas tem vergonha de mandar flores. Sem dúvida o maior problema desse signo revolucionário e humanitário é conseguir equilíbrio em suas relações pessoais. Isso só é possível quando ele consegue reconhecer que em seu amor abstrato pela humanidade deve incluir o amor concreto por si mesmo e pelas pessoas, pois a generosidade de sentimentos para consigo e para com o próximo faz parte do ideal de amor. Afinal, só quando conseguirmos compreender e purificar o lado mais obscuro e inferior da humanidade é que poderemos vivenciar a grande utopia da Era de Aquário.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Viagem no Tempo com Plutão IV - Uma Grande Batalha



Plutão em Capricórnio cerca de 14 anos - de 1765 a 1779 e de 2008 a 2022
Capricórnio é o signo da estruturação pessoal e social, ligado à maestria adquirida com a experiência e que constrói seus passos à partir da percepção material e concreta da vida. Essa passagem de Plutão irá marcar a oposição desse planeta quando ele foi descoberto em 1930 em Câncer. Marcada pela Segunda Grande Guerra, com Plutão em Câncer tomamos consciência de todo o horror que somos capazes quando um grupo se sente no direito de reinvidicar o mundo para si em detrimento de todos os outros. Assim a Alemanha Nazista e sua ideologia de medo se espalharam pelo mundo propagando que uma “raça”, no caso a ariana, sendo mais pura e superior, deveria ter supremacia sobre o resto da humanidade. Plutão nos mostra que a divisão entre “nós, os bons” e “eles, os maus” é uma falácia que pode ser cruel. Os laços entre iguais não podem ser mais fortes do que a estrutura social de igualdade que mantêm os diferentes grupos unidos. Mas o que acontece quando deixamos de levar em conta os laços afetivos e ancestrais em nome de uma estrutura externa e social? O que pode acontecer quando Plutão passar por Capricórnio destruindo estruturas vazias para que novas possam surgir e atiçando as ambições mundanas? Podemos olhar a última passagem do Senhor do Hades por esse signo, entre 1765 e 1779, para tentar pensar sobre o assunto.

Essa é a época do Iluminismo, quando a modernidade nas artes, na filosofia e na política ganham força. Em 1770 Mozart está visitando a Itália, Beethoven está nascendo e Kant, aos 46 anos, lê David Hume, um empirista cético que despreza toda a metafísica, e que vai instigá-lo para escrever a Crítica da Razão Pura. As leis e os dogmas religiosos são rechaçados em nome da capacidade humana de se “iluminar” pela razão. Voltaire, Rosseau, Adam Smith e muitos outros, pensam, analisam e debatem a história humana, propondo novas formas de Estado e de Ética para a Sociedade, diferentes daquela que justifica o poder como uma dádiva de Deus. A Ciência está sendo compartimentada em áreas específicas e a figura do sábio, que conhece de astrologia a biologia, está desaparecendo. Há uma enorme desconfiança com tudo que cheire a exotérico ou espiritual. A Imperatriz Maria Teresa expulsa judeus de Praga, Boêmia e Moravia, enquanto Carlos III ordena que os jesuítas abandonem a Espanha - mãe da Companhia de Jesus e da Inquisição - e suas colônias americanas. Até o Papa Clemente XIV emite bula extinguindo a Companhia de Jesus. No norte da América as treze colônias do Reino Unido, embora fossem muito diferentes umas das outras, socialmente possuíssem uma elite com identidade britânica e politicamente se baseassem nas tradições inglesas, começam a se unir depois de uma série de aumentos dos impostos e do Massacre de Boston. Liderados por . George Washington as forças rebeldes americanas vencem o exército inglês e em 4 de julho de 1776 é feita a Declaração de Independência Americana, que tem como principal autor Thomas Jefferson, e onde é proclamado que “todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade".

Durante a passagem de Plutão por Capricórnio foi criado o Estado Moderno, a especialização científica e entramos definitivamente na Era Capitalista. Tudo organizado, a sociedade se reestruturando em bases racionais de justiça e igualdade e o conhecimento avançando sem obstáculos supersticiosos. Mas como estão as relações afetivas e os laços pessoais? Pois essa também é a época áurea de Marques de Sade, que pode nos ensinar muito a respeito dos perigos da racionalização excessiva sem a necessária contraparte afetiva-emocional. Primeiro uma breve biografia.

Marques de Sade é um aristocrata francês que nasce em Paris a 2 de junho de 1740, mas vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim. Em 1750 começa seus estudos formais na escola real e é acompanhado por um preceptor particular. Com 14 anos é admitido na Escola da Cavalaria Ligeira e aos 15 já é subtenente do regimento de infantaria do rei. Ele tem uma boa carreira militar e na Guerra dos Sete Anos torna-se capitão do regimento de cavalaria. Se casa e é recebido em 1764 pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex. Tudo normal, apesar de um pequeno incidente onde é preso por 15 dias, acusado de "extrema libertinagem". Em 1765, enquanto Plutão adentrava Capricórnio, o Marques de Sade começa a chocar a boa sociedade francesa mantendo relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas, mas é só em 1768 que estoura o seu primeiro grande escândalo, quando uma mendiga chamada Rose Keller processa o Marquês por maus tratos. Apesar de ser detido por 7 meses em Lyon, Sade começa a organizar grandes festas e bailes em seu castelo na Provance, onde a orgia corre solta. Em 1772, enquanto nasce sua primeira filha depois de dois varões, em Marselha quatro prostitutas processam o Marquês e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de pó de asas de besouros africanos, que se supunha afrodisíaco, conhecido na época como cantárida. É condenado à morte por sodomia mas foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus. Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, mas volta a fugir. Sua sogra obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado. Em 1774 isola-se em seu castelo em La Coste, mas no ano seguinte volta a organizar suas orgias. Com os riscos de novo escândalo, foge novamente para a Itália, onde fica por um ano. Em 1777 falece sua mãe, madame de Sade, e o Marquês é capturado em Paris e encarcerado em Vincennes, um manicômio, onde irá escrever os 120 dias de Sodoma (Les Cent vingt journées de Sodome), publicado só em 1785.

Marques de Sade foi um escritor, dramaturgo e filósofo que se baseava no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas para falar das suas obsessões pela violência, principalmente sexual, e pelo afrontamento ao catolicismo que dominava sua época. Esse desafio cheio de violência, que conta com um poder e uma sexualidade pervertida contra a estrutura decadente dominante, tem todas as cores de Plutão em Capricórnio. Em Os 120 Dias de Sodoma nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com mutilações e assassinatos num verdadeiro mergulho aos infernos, sem nenhuma concessão ao bom-gosto. Esse romance foi produzido durante sua prisão, manuscrito em letras miúdas num rolo feito de papéis colados, e teve sugestões dadas por sua mulher, Renné, que passou parte da vida defendendo o marido nos tribunais e só se separou dele quando o marquês foi libertado da cadeia, num breve intervalo de vida livre pós-Revolução Francesa. Acredito que duas personagens criadas por Sade falam particularmente do que está em jogo durante esse processo de Plutão em Capricórnio: Justine a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, termina seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio Papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama. Sade acredita na vitória da ética de Juliette por crer que esse é o mundo “real”, onde chora menos quem pode mais, e se deve vender a alma ao diabo para entrar num jogo pervertido de desejos irrestritos, pois o resto é hipocrisia.

Passados 250 anos, depois da invenção da Psicanálise e de todas as provas que temos da irracionalidade humana, às vésperas do planeta entrar em colapso, Plutão volta a passar por Capricórnio, e com certeza seremos testemunhas de mudanças estruturais importantes. A Razão Humana é um instrumento precioso que pode realmente nos ajudar a construir um lugar mais justo para se viver. Mas é importante que fiquemos atentos ao trabalho necessário em nossas emoções e desejos. Não para reprimi-los, mas para que nosso direito à liberdade e à busca da felicidade não se torne justificativa para nosso sadismo. Acredito que essa pode ser uma oportunidade para encontrarmos nossa verdadeira “vocação”, capricornianamente falando, nos tornando capazes de usar nossos poderes e racionalidade de modo sábio, para o bem de todos e não apenas para fins pessoais. Mas para isso precisamos abrir mão de exercer poder e controle sobre os outros e não sei o quão preparados estamos nesse sentido.

Para encerrar, deixo aqui umas estrófes de Bocage, poeta libertino português que nasceu com Plutão em Capricórnio coroando seu Ascendente e Escorpião no Meio do Céu:

Não lamentes, oh Nise, o teu estado

Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:

Dido foi puta, e puta dum soldado;
Cleópatra por puta alcança a c'roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:

Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:

Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques, pois, oh Nise, duvidosa
Que isto de virgo e honra é tudo peta

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O Tal Retorno de Saturno


Depois que nascemos os astros continuam seu caminho pelo zodíaco – sim, o céu não para porque nascemos – e vão se relacionando com eles mesmos no seu mapa natal. Quando olhamos para a relação entre os astros no céu e o mapa natal estamos vendo os trânsitos pelo seu mapa. Cada um a seu tempo, os astros estarão dando a volta completa por seu mapa e voltando a passar pelo mesmo lugar de quando você nasceu. A Lua, por exemplo, demora 28 dias para dar a volta completa por todo o zodíaco, e assim, depois que nascemos, a cada 28 dias temos um “Retorno da Lua”, ou seja, a cada 28 dias a Lua volta a estar no mesmo lugar que estava quando você nasceu, reforçando sua consciência desse astro. Chamamos isso de ciclo. Existem ciclos muito rápidos, como esse da Lua, que nem nos damos conta, e ciclos tão grandes que não conseguiremos viver o suficiente para acompanhá-lo inteiro, como o de Plutão que é de 248 anos.

Os ciclos astrológicos acompanham os ciclos humanos, e vemos que há uma correspondência entre as fases que vivemos e a relação que os planetas fazem com eles mesmos no mapa. Por isso temos como estar relacionando as nossas idades com fases de desenvolvimento especificas, e podemos dizer que com tantos anos a pessoa está experimentando um processo ligado a tais planetas.

O ciclo de Saturno, com a seriedade e necessidade de autoconhecimento que o caracteriza, é especialmente marcante. Como um verdadeiro mestre, Saturno vai passando pelas varias áreas de nossa vida e nos perguntando do que somos feitos e quão dispostos estamos a fazer o que devemos fazer para ser quem somos. Esse planeta está especialmente ligado àquilo que temos que fazer para realizar nossa vida concretamente. Esse é o estruturador de nossa personalidade, e prestar atenção em seu movimento em nosso mapa ajuda a ver onde precisamos trabalhar para desenvolver uma base firme na nossa existência de maneira realista. Desde que nascemos, a cada 7 anos, o Saturno no céu faz um contato desafiador com ele mesmo no nosso mapa. Segundo Rudolf Steiner, aos 7 anos começamos a ter consciência grupal, aos 14 completamos nossa consciência moral, aos 21 estamos prontos para assumir a nossa responsabilidade frente à sociedade. Entre os 28 e 30 anos passamos pelo Retorno de Saturno, que é quando temos que enfrentar nossos temores para nos tornarmos adultos, e é uma fase conhecida popularmente como crise dos 30.

Uma história vinda do oriente ilustra bem o significado desse retorno saturnino:
Em um reino distante da Arábia, o jovem príncipe havia terminado sua formação para se tornar rei e seu pai o chamou no dia de seu aniversário. Disse que agora que ele estava pronto, precisava passar por um teste de coragem que todos os homens da família passavam antes de poder governar: ele deveria matar o Leão que habitava o fundo de uma caverna na floresta, armado com apenas um pequeno punhal ritual. O príncipe passa a noite em claro, assustado com a idéia de ter que enfrentar aquela fera com apenas uma faquinha de brinquedo, e resolve fugir, pois melhor um covarde vivo do que um herói morto. Depois de cavalgar muitos dias, ele chega ao reino vizinho e pede abrigo. O rei daquele reino o recebe muito bem e ele fica vivendo por ali, ajudando o senhor do lugar em algumas tarefas e ganhando a sua confiança e carinho. O rei, então, lhe oferece a mão de sua filha em casamento para que ele permanecesse ali e o sucedesse no trono. O príncipe adorou a idéia e aceitou na hora. Ele só teria que passar por uma prova de coragem, matando um leão com um punhal ritual que era ainda menor do que aquela de seu pai. O príncipe finge aceitar e durante a madrugada foge novamente, pois não havia desistido de seu reino para morrer em outro, por mais linda que fosse a princesa. Depois de cavalgar a vários dias ele acaba entrando no deserto. Sua água estava no fim quando ele finalmente encontra uma grande tribo nômade e pede abrigo. O chefe da tribo o recebe muito bem e acaba adotando-o entre seus guerreiros. O jovem príncipe estava começando a se adaptar à nova vida e a pensar que essa poderia ser uma boa maneira de continuar seus dias, quando o chefe nômade o chama e diz que gostaria muito que ele continuasse com os seus, mas para isso ele deveria passar por um teste de coragem, matando o leão do deserto com as mãos nuas. O príncipe agradece a honra, mas diz que está na hora de voltar para o seu reino. Ele percebe que não há como fugir dessa prova de coragem, por mais longe que ele vá, então, se é para morrer, que seja em seu próprio reino, onde será enterrado com seus antepassados. Na volta para casa ele vai pensando em todas as desculpas que precisaria prestar a seu pai e uma imensa vergonha toma conta de sua alma. Ao chegar, porém, seu pai o recebe com festas, e quando ele começa a falar as desculpas ensaiadas, o rei o interrompe para dizer que todos os homens da família também passaram por essa vontade de desistir, e o importante era que ele havia voltado e estava pronto para a prova de coragem. No dia seguinte ele recebe o punhal e parte para a floresta. Ao chegar à caverna a fera avança em sua direção e... Começa a lamber seu rosto: o leão era manso como um gatinho.

O Retorno de Saturno é o momento em que precisamos desistir de fugir das feras que temos que enfrentar, aceitando a responsabilidade por nós mesmos e assumindo aquilo que queremos ser na vida sem negar nossos medos e vergonhas. As dificuldades para conseguir aquilo que queremos são muito mais internas que externas, e é se entendendo e se experimentando que nos tornamos mais maduros e sábios. Só assim podemos assumir o governo de nossa própria vida, e teremos passado pelo teste de Saturno. E acredite, o bicho é realmente mais manso do que imaginamos.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Astrologia de Boteco Sério - Encontre seu Saturno e Veja Onde o Calo Aperta


Com Saturno fica difícil fazer algo leve de manual astrológico. Geralmente temos uma relação de admiração e repulsa pelo signo onde esse deus faz morada, e é normal nos vermos cercados por símbolos desse lugar. Assim como o Sol traz aquilo que estaremos desenvolvendo toda a nossa vida na busca de nossa criatividade e individualidade, onde temos Saturno precisaremos estar sempre conquistando e aperfeiçoando aquela esfera para que nos tornemos mestres e façamos nossa parte na construção do mundo. Aqui também vale a correspondência signo/casa, ou seja, se você tem Saturno no ascendente, dê uma lida em Saturno em Áries, se na casa dois, em Touro, na três em Gêmeos, etc.

Saturno em Áries
É fácil entender porque Saturno está em queda em Áries: aqui temos o encontro do princípio da impulsividade e da força da vontade contida pelo planeta da disciplina e do auto controle. O mais comum é que se tenha medo de se expressar espontaneamente, muitas vezes por conta de uma educação onde se teve que reprimir os impulsos mais agressivos e individualistas. Isso irá prejudicar o desenvolvimento de uma auto-afirmação positiva, que se tenta compensar controlando o ambiente. Quando tomamos consciência das exigências de nosso Saturno nossa primeira reação costuma ser a de tentarmos fugir, às vezes evitando-o ou tentando ignorar as limitações que ele nos impõe, fingindo - para nós e para os outros - que somos super resolvidos naquelas questões. Com o Saturno em Áries a pessoa pode desenvolver uma timidez e um constrangimento tenso ou parecer ser super decidido para tentar assumir o controle da situação. Seja qual for a saída que se cria, o que acontece na verdade é uma grande dificuldade em experimentar sentimentos de plenitude com a vida pois se tem bem pouco fé na própria iniciativa e na capacidade de conquistar o que se quer. A solução de Saturno está sempre dentro, nunca fora. Quando se percebe isso e se busca as verdadeiras motivações da própria vontade, sem fugir das situações que exigem força ou confrontação direta, então é possível entender que o poder da vontade cresce na proporção do autoconhecimento. Quando há maior grau de integração interna e se assume as verdadeiras energias que vêm do íntimo, então entendemos que Saturno almejava em Áries uma busca consciente de um pedaço bem maior da vida a que se tem direito, e isso não é possível seguindo impulsos superficiais e inconscientes.

Saturno em Touro
Touro é o signo que consegue entender o valor das coisas materiais, de se ter um corpo terreno e sensações físicas. O Saturno taurino vai querer garantir que esses valores não sejam superficiais e frutos do acaso, fazendo com que se entenda que todo e qualquer valor tangível é relativo, menos aqueles que você encontra dentro de si. A sensação de segurança que a matéria geralmente trás é dificultada com esse Saturno. A pessoa sente como se não pudesse ter essa segurança, o que pode gerar uma verdadeira fixação em acumular coisas ou um desprendimento cheio de medo por sentir que não consegue aquilo que se precisa, muitas vezes com uma aura “espiritualista” que encobre a cobiça. Há medo de se responsabilizar pelos próprios valores e uma desconfiança dos sentidos físicos, como se houvesse um vazio que nunca pode ser preenchido, pois há sempre a consciência de que nada é para sempre e há muita dor em se perder aquilo que se possui. De alguma maneira a pessoa cresceu em uma ambiente em que não foi possível desenvolver um senso de valor pessoal, interior e individual. Depois de passar um bom tempo buscando esses valores fora de si, a frustração por não conseguir esse sentido de segurança deve fazer com que se comece a buscar internamente. Só quando a pessoa passa a ver esses seus medos e angustias de forma mais profunda e é obrigada a encarar os labirintos dos seus desejos, percebe que os valores que procura nada tem a ver com objetos, mas sim com um valor central e inalterado que existe dentro dele, cuja definição não pode ser formulada, mas cuja realidade - para quem a experimentou subjetivamente - não pode ser questionada.

Saturno em Gêmeos
Associamos Gêmeos à esfera intelectual, à comunicação e ao movimento, à curiosidade a respeito da vida. A comunicação, é a forma com que os seres humanos têm para que o conhecimento entre e saia das pessoas, e assim novas caras possam ser dadas a velhos elementos. O Saturno geminiano tende a bloquear esse processo respiratório de inspirar e expirar, produzindo tensão na comunicação mais desembaraçada através do medo àquilo que é novo, inexplorado e irracional, fazendo com que a mente não consiga alçar vôo por causa de uma grande exigência de se pensar e comunicar “corretamente”, de maneira segura. É comum encontrar pessoas com asma ou gagueira quando se tem esse posicionamento saturnino, geralmente associado a um ambiente de infância onde se sentia julgado como estúpida, onde havia muitas críticas pelo que se dizia ou então porque se era muito falante ou muito calado. Seja qual for o fato que gerou a frustração da mente e da comunicação, com esse posicionamento há a inevitável sensação de isolamento por que a mente é profunda e séria, e, por isso, há enorme medo de ser humilhado e parecer estúpido e tolo para os outros. Como todo Saturno, a pessoa pode se manifestar tanto com o sentimento de insuficiência da capacidade mental, como um intelectual reconhecido que não admite nada de intuitivo. A briga aqui é por que Saturno exige de Gêmeos que a informação seja concreta e verdadeira, e a mente não tem como fazer essa separação espontaneamente, pois está sempre aberta, captando milhões de bits de informação por segundo sem se dar conta. Aqui o mais normal é que a pessoa se torne silenciosa e taciturna, mas o tipo compensatório, que fala pelos cotovelos sem comunicar nada de significativo, também é encontrado. Se analisarmos esse posicionamento a partir do ponto de vista da oportunidade oferecida, veremos que o sentimento de isolamento e a impaciência diante das idéias e atitudes superficiais e inconseqüentes podem se transformar numa busca interior da verdade. Forçado pelos temores e pelas circunstâncias, a pessoa é impelida a voltar-se para o íntimo e procurar a razão das coisas explorando a estrutura e os significados delas. Saturno só se torna dogmático quando a pessoa tem medo do desconhecido e de sua própria falta de conhecimento e treino intelectual, pois aquele que aceitou seu aparente isolamento diante da contribuição mais significativa que pode prestar à esfera do conhecimento, percebe que o saber deve ser adquirido por meio da experiência e observação pessoal, ao passo que o treinamento deve ser oferecido pela vida.

Saturno em Câncer
Os símbolos ligados a Câncer giram em torno das imagens de família, das raízes, do sentimento íntimo de pertencimento que cria segurança e estabilidade emocional. E adivinhe o que Saturno vai tirar para obrigar a pessoa a olhar mais profundamente essas questões? Quem adivinhar ganha um ano gratuito de terapia. A sensação de proteção que uma criança em desenvolvimento necessita como base sobre a qual construirá o ego em evolução, é negada ou frustrada, bloqueando a expressão natural do sentimento que se apóia no senso de união com um grupo básico, principalmente com os pais. Um Saturno combinado com elementos lunares costuma ser particularmente doloroso, pois ele se manifesta quanto não se tem idade suficiente para usar a consciência e a racionalidade para amparar as experiências vividas. A deformação que isso proporciona, enquanto não é bem compreendida, faz com que a pessoa fique desconfiada de qualquer vínculo emocional, em particular aquelas que giram em torno de situações domésticas, ao mesmo tempo que cria um desejo ardente de alguma coisa segura, permanente e tangível na vida afetiva. O mais comum é que a pessoa se torne ou muito apegado à família e ao lugar em que nasceu, ou odeie os familiares e se mostre frio e calculista com relação às suas mágoas. A pessoa nunca é verdadeiramente indiferente, pois sempre faltou alguma coisa muito importante para seu desenvolvimento emocional e toda a estrutura psíquica teve que se desenvolver pendendo para um lado a fim de compensar essa falta e garantir a sobrevivência do indivíduo. Saturno obriga a pessoa a criar aquilo que está faltando se quiser um pouco de paz, e aqui se consegue isso afastando-se, gradual e conscientemente, da identificação afetiva com o mundo externo, e – sim, de novo! - encontrando sua verdadeira realidade em seu íntimo, como uma parte de sua própria psique. Assim, é oferecida à pessoa a oportunidade de construir, depois de muito trabalho interno, uma sólida estrutura psíquica, impossível de ser abalada pelas circunstâncias, que possibilitam o sentimento interior de segurança e auto-aceitação verdadeiras.

Saturno em Leão
O solar Leão traz a expressão individual da personalidade, e Saturno aqui vai questionar a capacidade de auto-expressão criativa da pessoa construindo um muro entre a pessoa e sua compreensão de si, enchendo sua consciência de todos os atributos sombrios que estiverem disponíveis na psique e que a pessoa fica tentando esconder desesperadamente. É comum certo ressentimento por sentir que o mundo e as pessoas à sua volta não dão o retorno esperado quando se mostra a própria capacidade criativa. Na verdade há um sentimento profundo de incapacidade que impede que se perceba que todo esse trabalho e cansaço para se mostrar competente não tem nada a ver com o mundo externo. O sentimento de falta de aceitação ou de incentivo para as próprias criações no ambiente em que foi criado costumam acompanhar esse Saturno leonino, criando dificuldade para que se encontre entre as próprias criações. Esses intensos sentimentos de incapacidade e insignificância não têm nada a ver com a quantidade de dotes e habilidades da pessoa, mas acabam gerando dificuldades em assumir a responsabilidade pelas próprias criações. A pior conseqüência disso costuma ser a auto negação ao amor, por ter dificuldades em amar a si mesmo e porque acredita que os outros o julgam indigno de ser amado. Claro que na luta para esconder esses sentimentos de inferioridade a pessoa acaba se envenenando mais ainda com rancores e invejas, e assim acaba assegurando a rejeição dos outros e confirmando suas idéias a respeito de si mesma. Assim realmente fica difícil relaxar e criar um clima de romance. Encontrar o centro interior e se identificar acima de tudo com ele são coisas complicadas, principalmente quando se tem que escapar das armadilhas da popularidade fácil. O objetivo de Saturno aqui é que a experiência da dor e da frustração de sua criatividade faça com que a pessoa desvie o foco de sua personalidade de ego para esse eu interno mais significativo. Só assim se será capaz de recapturar aquela alegria ingênua da criança, que confia na vida através da experiência direta de amor do Universo. Uma vez que tenha encontrado o segredo da própria identidade, o indivíduo jamais tornará a perdê-lo, fazendo com que a sua integridade e vivacidade naturais se transformem em sua expressão permanente, independente dos outros o identificarem ou não. Normalmente a pessoa é levada a procurar-se dentro de si após experiências dolorosas porque já não dispõe de qualquer outro caminho. Quando se percebe que foi a própria pessoa que criou essa situação, ela poderá reconhecer o propósito oculto de sabedoria que há por trás desses desapontamentos e aceitá-los, podendo usufruir plenamente da vida e da própria capacidade amorosa.

Saturno em Virgem
Virgem simboliza a busca de síntese entre o corpo e a alma de modo a criar uma consciência autônoma capaz de ser útil à sociedade. Por isso os processos de purificação e classificação são elaborados nesse signo, de modo a que as coisas úteis ganhem destaque. O Saturno em Virgem vai se entranhar nos mistérios da interligação entre mente e corpo de uma maneira que a pessoa se sente incapaz de realizar esse equilíbrio interior de maneira natural. Há uma sensação de inadequação física e uma ansiedade com relação à desintegração tanto do corpo quanto da mente. A doença, em particular, será uma fonte de preocupações e frustrações, sendo que a pessoa pode tanto se tornar hipocondríaca quanto perigosamente displicente com a própria saúde, fingindo que não dá importância ao corpo. Esse sentimento de inadequação muitas vezes fará com que se submeta de maneira subserviente a tarefas que estão abaixo de sua capacidade por não querer arriscar-se a assumir a responsabilidade por seu auto aperfeiçoamento. O mais comum é que a pessoa passe muito tempo culpando os outros e o mundo por situações de limitação que vive por não ter podido aprender no ambiente familiar o valor da autonomia e da integração de si para ser útil ao mundo. O sentimento de ser inútil e ter sido prejudicada no aprendizado dos cuidados com o corpo, seja por negligência durante o crescimento, seja por algum fato isolado que marcou profundamente a pessoa, cria um medo muito grande de não ser capaz de fazer a integração corpo/psique. Quando o sofrimento das tentativas frustradas de adaptação externa faz a pessoa se voltar para dentro em busca da compreensão do significado mais profundo da organização interna e da autonomia, é possível conquistar a capacidade de conciliar os componentes em luta da sua natureza. Então ela será capaz também de encontrar a força que vem de uma vida com significado e que contribui para o aperfeiçoamento de todos à sua volta. Como diziam os alquimistas: “Nunca farás por meio dos outros o Um que procuras, a menos que primeiro seja feita uma coisa única de ti mesmo”.

Saturno em Libra
Libra significa a nossa busca por equilíbrio com o Outro, com aquele que eu não sou e com quem escolho me unir. Não é à toa que Saturno está exaltado nesse signo, pois nada como uma boa parceria para se depositar a responsabilidade por não ser feliz. A busca do parceiro ideal e o medo de se ferir com esse Saturno geralmente atraem situações que envolvem sofrimento, isolamento, rejeição e desapontamento, até que comece a se reorientar para a busca interior em busca de integração e equilíbrio dos opostos da psique. Normalmente se tenta escapar desse “destino” amoroso evitando relacionamentos ou saindo de uma relação frustrante - onde o parceiro não compreende a pessoa, ou é muito dependente e se torna mais uma responsabilidade do que um companheiro, ou simplesmente é incompatível ou infiel - só para entrar em outra igual. Até conseguir perceber que a culpa por não se conseguir um relacionamento satisfatório não pode ser totalmente creditada às deficiências do outro, os sentimentos de isolamento e restrição, representativos de Saturno, não poderão ser apaziguados. Não é tão difícil assim entender que uma pessoa em guerra consigo mesma possa ser impelido por motivos inconscientes, dos quais não tem percepção, a escolher um parceiro que reflita essa guerra de alguma forma. O Saturno libriano busca a responsabilidade pessoal por uma união em todos os níveis, mas enquanto se evitar os perigos da dependência ou da vulnerabilidade, da exposição e do trabalho com a sombra, necessárias para um encontro real, o Outro vai servir apenas para causar sofrimento mesmo. Essa exigência saturnina pode ser particularmente depressiva por dar a impressão de algo oculto bem no fundo da psique que nunca deixará a pessoa ser feliz em seus relacionamentos. Na realidade essas experiências tentam mostrar que a pessoa nunca será feliz se basear suas uniões em valores comuns, aceitáveis socialmente e absolutamente superficiais, tais como aparência física, condição financeira ou posição social. O disfarce favorito desse Saturno é feito dando uma ênfase muito grande à estrutura formal, ao mesmo tempo que procura evitar o intercâmbio interior do qual essa estrutura formal deveria ser apenas signo. O medo de uma vida isolada e sem amor costuma ser profundo com esse Saturno, até que se perceba que o papel de mártir que está representando tem muito mais a ver com não dar nada sem uma expectativa absurda de receber de volta, do que com as ações do parceiro. Saturno obriga à percepção de que o Outro pode ser tanto fonte de sofrimento quanto de crescimento mútuo, e essa escolha é livre para a pessoa, mas antes ela tem que perceber que existe uma escolha.

Saturno em Escorpião
Quando Saturno adentra aos reinos profundos de Escorpião a responsabilidade pelas próprias emoções não pode ser evitada. Os signos de água têm como material de trabalho o intercâmbio emocional, e o Saturno escorpiniano vai gerar um grande medo da intimidade e da troca mais profunda por conta da frustração e da dor que o encontro de almas pode gerar. O planeta da disciplina e do autocontrole quando se aloja em Escorpião costuma estar conectado a feridas muito profundas, impossíveis de ser superadas sem um trabalho consciente através das lembranças mais difíceis de infância. É comum histórias doloridas, onde se cresce em ambientes muito agressivos ou frios e com segredos sombrios, e a pessoa aprende que a intimidade e a vulnerabilidade afetiva podem ser perigosas. Com isso se cria um sentimento de isolamento ligado à percepção de que ninguém pode compartilhar ou aliviar as dores das feridas. Questões sexuais podem ser evitadas através de um celibato rancoroso ou então a pessoa até consegue se apaixonar no início para depois ficar assustada e arisca na hora de maior intimidade. A morte também costuma ser algo com tanto fascínio quanto horror, o que também gera bastante instabilidade emocional. Há uma percepção da necessidade de uma união do tipo muito mais intensa e transformadora do que o normal, e Saturno irá garantir que a pessoa aprenda a construir isso sozinha, pois a transformação e ressurreição em uma consciência maior, fruto de um profundo conhecimento e interação do inconsciente, só podem vir do interior. Quando consegue isso, o indivíduo se torna possuidor dos segredos dos poderes mais profundos do inconsciente, que são, literalmente, vivificantes para a própria cura e para a cura do outro.


Saturno em Sagitário
A força de expansão em direção da nossa verdade divina, característica de Sagitário, irá ser posta em cheque quando Saturno se aloja nesse signo. A intuição e a percepção da vida, que cria a filosofia e a religião e faz com que se encontre significado na própria existência, fica restrito de modo a tornar essas questões muito frustrantes. Aprende-se desde tenra idade o quão penoso pode ser acreditar na interpretação de outras pessoas sobre a vida, a justiça e as questões da existência, se tornando desconfiado com relação a qualquer autoridade, temporal ou espiritual. Pode-se reagir, então, construindo uma barreira de ceticismo e cinismo quando se trata dessas questões ou super compensar pulando de uma religião ou filosofia para outra na tentativa de preencher esse vazio, apenas para cair em frustração e dor existencial novamente. Depois de superado esse primeiro estágio de desilusão e de reconstrução relacionado a Saturno, se a pessoa insiste em seu progresso, o desenvolvimento de sua intuição dentro do mundo dos significados garantirá uma autoridade muito mais direta e real: ela mesma. Com freqüência encontramos em um Saturno sagitariano uma mente profunda e penetrante, mas isso só é conseguido de maneira indireta, depois de se ter experimentado os opostos de absoluta credulidade e medo e absoluta falta de fé e isolamento, pois só aí Saturno vai libertar a pessoa dos efeitos sobre sua mente. O indivíduo realmente tem a possibilidade de encontrar respostas muito valiosas para perguntas muito amplas, mas deve fazer isso por si mesmo, sem a menor ajuda. Com um Saturno desses é possível descobrir que se é seu próprio sacerdote e salvador, pois não será tolerada a autoridade de nenhuma outra pessoa, e o indivíduo terá que encontrar seus valores éticos e morais em seu interior. Nessa luta entre o vazio sem propósito, que significa o abandono de todos os sonhos, e a busca incessante por qualquer coisa que simbolize autoridade moral, Saturno possibilita o encontro de uma liberdade única e profunda, cuja mais clara manifestação é a alegria de viver em toda e qualquer circunstancia.


Saturno em Capricórnio
Capricórnio é o signo da escalada lenta e gradual rumo à maestria que pode iluminar a toda a sociedade, e claro que um Saturno em casa vai deitar e rolar. Qualquer planeta em Capricórnio busca informações a respeito da sua manifestação na sociedade que se faz parte, e Saturno aqui faz com se fique muito sensível a como se aparece para o grupo e qual o propósito social da própria existência. Assumir a responsabilidade das escolhas de vida é muito importante para esse Saturno, mas o medo de inadequação e de ser dominado pelo ambiente costuma fazer com que se abra mão da autodeterminação e se passe a buscar segurança em estruturas externas de sucesso que nunca serão satisfatórias. Há também quem projete a própria ambição no mundo e nos outros na tentativa de se desviar das dores que envolvem essa busca de propósito. Claro que isso só cria mais frustração e limitação para a própria vida até que se perceba a necessidade de desenvolver internamente um senso de importância que leve em conta as necessidades mais profundos daquela sociedade. Em algum momento da formação da personalidade a figura de autoridade foi uma decepção ou um peso, criando um vazio e uma dor com respeito ao rumo que se deve tomar na vida. Esse Saturno vai criar um verdadeiro pavor de humilhação pública, fazendo a pessoa fugir da publicidade, ao mesmo tempo que sente um desejo igualmente forte de se colocar em evidência. Por isso será difícil trabalhar sobre as ordens dos outros, pois a própria ambição e a busca por sucesso fará com que se aja por conta própria mesmo quando se tem que submeter hipocritamente. Quando se vê tudo de maneira mais ampla, notamos que a sensibilidade, o constrangimento, a atenção dada à apreciação pública e o esforço constante para demonstrar utilidade e valor através do progresso profissional podem conspirar para prepararem o indivíduo a lidar com a grande responsabilidade que é ter autoridade sobre os outros. O trabalho do Saturno em Capricórnio consiste em dar estrutura e forma a alguma necessidade de mudança do grupo e se o indivíduo com esse posicionamento se recusa a aceitar essa oferta e tenta realizar sua tarefa por meio dos outros, se verá obrigado a aceitar o preço da frustração e da sensação de inutilidade. Se aceitar o desafio do seu eu interior, porém, ele poderá vir a ser o próprio Saturno, o mestre, em sua forma mais benéfica.

Saturno em Aquário
Aquário é o símbolo da consciência grupal em busca de aprimoramento e entender nosso papel nesse desenvolvimento nem sempre é fácil. Pois o Saturno aquariano costuma dificultar mais ainda essa integração na família humana. Uma das sensações mais comuns é a de isolamento quando se trata de grupos, e na maioria das vezes a pessoa se sente como uma intrusa. Saturno dificulta as interações superficiais e faz com que a pessoa se isole de todos ou então tente compensar sua inaptidão social sendo super popular mesmo que isso lhe custe ter que violentar seus sentimentos. Saturno tem uma inimizade crônica à superficialidade, e pode ser bem difícil para uma pessoa com Saturno aquariano simplesmente sentar com os amigos para beber e falar bobagem. A pessoa geralmente sente como dolorosamente difícil expressar suas qualidades comuns, sendo que são essas qualidades comuns, essa mistura com o grupo, o que mais se deseja. Só o mergulho para dentro exigida por Saturno pode trazer à tona uma visão ampla de unidade humana e para isso a pessoa tem que desenvolver uma lenta e gradual compreensão que distingue a verdadeira mente progressiva. Se a pessoa se deixa dominar pelo medo de rejeição nunca encontrará solução para seu isolamento, pois alguém que sente tal desconfiança dos outros, está “destinada” a atrair em troca algo muito semelhante da parte de seus companheiros. Se ela, porém, investigar com cuidado os valores que unem a humanidade e desenvolver um interesse abrangente e verdadeiro com relação ao Homem, enfrentando o desafio de encontrar uma expressão significativa para os anseios humanos, então ela poderá construir uma integração profunda e inabalável de si na interação com as pessoas. Com Saturno não existe uma segunda escolha e, quando há esse posicionamento, o senso de compromisso com o grupo e de participação da vida comunitária deve ser real.

Saturno em Peixes
Saturno em Peixes é como se a pessoa estivesse no meio do sonho de Santo Agostinho tentando enfiar o oceano em um buraco feito na praia. Peixes é o último signo da roda zodiacal, onde se busca a síntese de todas as emoções humanas, o que significa o sacrifício da individualidade em nome de algo muito maior do que nossa capacidade de compreensão racional. As energias saturninas geralmente são inicialmente impregnadas de um sentido de autoproteção e de defesa contra o ambiente, o que no reino de Netuno torna-se inútil. Isso gera medo e o sentimento vago de um destino ou fado que vem para destruir a pessoa. Então entram em cena os companheiros saturninos de busca de proteção do contato com os outros ao mesmo tempo que se sente esmagado por uma solidão opressiva e pela sensação de incapacidade. O mais comum com esse Saturno pisciano é que se decida cuidar do sofrimento dos outros em detrimento do próprio desenvolvimento, ou então se afastar assustado de qualquer pessoa que precise dele por causa de um apego à própria identidade e individualidade, que parecem poder sumir de uma hora para outra. Esse Saturno faz com a pessoa se sinta indefesa frente a si mesma. A psicologia mais ortodoxa costuma dar conta de um Saturno em Câncer e em Escorpião, mas quando chegamos a Peixes é preciso reconhecer a busca por evolução e significado espiritual da vida como um instinto essencial da psique humana. Apesar da aceitação cada vez maior disso, o verdadeiro potencial saturnino em Peixes parece que, atualmente, está ao alcance somente daqueles que têm uma disposição mística de tentar o caminho da contemplação interior, pois aqui nosso poder de análise pode muito pouco. É preciso entender de uma maneira profunda que o poder de ser útil não tem nada a ver com ser “bonzinho”, mas sim com experimentar a sensação de união procurada pelo místico e o sentimento de responsabilidade e amor imparcial que acompanham essa união. Essa idéia não agrada pessoas mais mundanas e pode até ofender astrólogos mais pragmáticos; mas o fato que permanece é que Peixes, assim como a natureza humana, ainda não foi suficientemente compreendida. Para o indivíduo com um Saturno pisciano, porém, é bom reconhecer que suas possibilidades de paz interior, compreensão e sabedoria são tão grandes quanto suas possibilidades em termos de sofrimento, bastando apenas que ele se volte para seu íntimo, para o reino dos sentimentos e do inconsciente.