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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Vênus e Alquimia



“O amor é a chama que uma vez acesa queima tudo,
e somente o mistério e a jornada permanecem. “
Rumi

Vênus corresponde ao cobre na alquimia, e dizem os antropólogos que esse foi o primeiro metal minerado e trabalhado pelo ser humano, encontrado em escavações datadas por volta de 9000 a.C. no Oriente Médio. Em 5000 a.C. já se realizava a fusão e refinação do cobre a partir de óxidos como a malaquita e azurita e em 3000 a.C. os egípcios faziam tubos de cobre e também descobriram que a adição de pequenas quantidades de estanho facilitava a fusão do metal, aperfeiçoando os métodos de obtenção do bronze. Ao observarem a durabilidade do material os egípcios representaram o cobre com o Ankh, símbolo da vida eterna. Os Fenícios, a grande civilização de comerciantes da Antiguidade, entre 1500 a.C. até 300 a.C. aproximadamente, importavam o cobre da Grécia, e Chipre, a meio caminho entre Grécia e Egito, era a cidade-estado do cobre por excelência, ao ponto de os romanos chamarem o metal de aes cyprium ou simplesmente cyprium e cuprum, donde provém o seu nome latino e seu símbolo químico (CU). Chipre estava consagrada à deusa da beleza, Afrodite, e os espelhos eram fabricados com este metal. O símbolo do espelho de Vênus/Afrodite da mitologia, da astrologia e da alquimia é a modificação do egípcio Ankh, e foi posteriormente adotado por Carl Linné em sua taxonomia para simbolizar o gênero feminino.

Ankh
Vênus

O cobre é um dos metais de transição (metais duros de altos pontos de fusão e ebulição, que conduzem bem o calor e a eletricidade e podem formar ligas entre si), cuja condutibilidade elétrica e térmica só é superada pela da prata. Por isso o cobre tem seu lugar na mesma família que a prata e o ouro na tabela periódica.

Normalmente o cobre tem um tom avermelhado, alaranjado ou acastanhado devido a uma fina camada de manchas de óxidos, mas o cobre puro é rosa ou cor de pêssego. Apesar de não reagir com a água, ele reage lentamente com o oxigênio atmosférico, formando uma camada escura de oxido de cobre, e com o CO3 cria uma camada verde de carbonato de cobre, chamado azinhavre, visto em construções e estátuas antigas.

O cobre também é um elemento essencial à vida em geral, participando no nosso organismo do processo de fixação do ferro na hemoglobina do sangue. Grandes concentrações são encontradas no cérebro e fígado.

Vital, cheio de beleza e utilidade para nós desde que nos deparamos com ele, o cobre, como Vênus, tem sua capacidade de condução de energia facilmente associada ao conceito freudiano de libido, a energia que alimenta o instinto de vida e tem em sua mobilidade, na facilidade de alternar entre uma área de atenção para outra, sua característica básica. Traduzimos Libido do Latim como “desejo”, “anseio” e no século III d.C. Santo Agostinho já caracterizava três tipos de desejos: a libido sciendi, desejo de conhecimento, a libido sentiendi, desejo sensual em sentido mais amplo, e a libido dominendi, desejo de dominar. Esse reino que abarca desde os desejos mais altruístas até os mais egoístas, pertence a Afrodite/Vênus.

Gehard Dorn (c. 1530 – 1584), alquimista, filósofo e médico belga muito citado por Jung e Marie-Louise von Franz, tem imagens bem interessantes do processo alquímico, e uma delas fala do “dragão agitado da matéria” (o chumbo) que depois de ser mergulhado em uma solução aquosa com “aquilo que é barato e precioso”, é revivido pelo fogo, recupera suas asas, voa para longe, deixando em seu lugar uma criança divina (o ouro) que “vive no fogo”, fruto da união do dragão com a preciosidade que encontrou sob as águas. Essa criança é vermelha e atrai a vida do fogo. Ou seja, é uma criança coberta de libido, e que é capaz de atrair e direcionar essa força do desejo.

A Vênus, assim como Mercúrio, traz características muito pessoais de quem somos no mapa astral. Nossos gostos, nossos valores e a forma como atraímos aquilo que apreciamos para nossas vidas está sob cuidados dessa deusa. Vênus nos permite reconhecer o que há de precioso em meio àquilo que é “barato” e assim direcionar nossas forças criativas para o que tem valor. Aqui temos o princípio feminino que cria, enquanto na Lua temos o princípio feminino que cuida do que foi criado (falarei em algum momento futuro sobre a união alquímica do Sol com a Lua, que é o centro da Opus Alquímica, para entender mais profundamente esse princípio lunar e a criação solar). Quando o Chumbo/Saturno, chega ao estágio do Cobre/Vênus, depois de ter passado pela dissolução do nigredo, a purificação do albedo e a vivificação do citrinitas, a libido já está pronta para unir o homúnculo, que estava aprisionado no chumbo no início da aventura alquímica, à imortalidade divina, pois então é possível entender que “o significado ou o sentido da própria vida é a imortalidade – o estado mental em que constantemente usufruímos a presença de Deus” (Von Franz, Imaginação Ativa, 1979, pg. 78).

O Rubedo é a última fase do processo alquímico de transformação do chumbo em ouro, quando o Mercurius finalmente encontra o Sol, que se une a Lua e formam “o Renascido Divino”. Na fase vermelha acontece a síntese interna, a união entre as forças opostas que atuam dentro da matéria e que vai gerar a pedra filosofal. O lado masculino e o feminino da alma se integram. Essa união é chamada de conjunctio e é o ponto culminante da Obra.  Para que essa última fase pudesse acontecer, alguns alquimistas, inclusive o mítico Paracelso, afirmavam a importância de criar um ambiente saudável, cheio de beleza para desobstruir qualquer energia que provoque condicionamento e assim os metais consigam se unir de maneira correta. Ou seja, sem Vênus não há transformação, pois se a libido não está presente, ela estará em outro lugar e é muito provável que esteja lá atrás, no nigredo, associado à sombra, ou embolada com os condicionamentos passados conhecidos, muitas vezes destrutivos. Vênus não faz parte da transformação em si, não é ela que se transforma, mas sua presença é imprescindível.

Então, se você, alquimista amig@, é muito inteligente, muito disciplinado, tem muita força de vontade, mas não consegue reconhecer o que tem valor, não aprimora seu sentido pessoal de beleza (que pode ser muito diferente daquele condicionado socialmente) e não expressa essa beleza no mundo, direcionando sua libido para aquilo que te trará alegria e bem-estar, a transformação não ocorre. A Vênus traz em seu símbolo a imortalidade do Ankh que também pode ser traduzido como o divino (o círculo) dominando a matéria (a cruz), e é nesse sentido que à essa deusa se associa a Beleza e o Amor, pois é ela que nos conduz à Fonte da Juventude. Muitas vezes ao longo de nossa história humana mais recente, de uns 2 mil anos para cá, se condenou esse princípio feminino tão elementar das nossas vidas, tentando substituí-lo por outra coisa, por outros símbolos, o que acredito poder ser uma das razões de nos encontrarmos nesse estado tão patológico, social e pessoal, onde a sensação de impotência e estagnação é óbvia. 
 
Ou, como disse o engenheiro que amava livros e virou editor e escritor, Franklin P. Jones: “o Amor não faz o mundo girar. O Amor faz o giro valer a pena”

Não podia terminar esse ano regido por Vênus sem falar dela, que traz um principio muito mais de daímôn grego, de um espírito da natureza, do que de uma deusa distante do Olimpo. Espero que todos tenham aproveitado esse tempo para aperfeiçoar suas qualidades venusianas. Ano que vem será regido por Júpiter, com eleições, copa do mundo e sabe-se lá o que mais. Certamente ter os próprios valores e beleza conscientes vai ajudar bastante. Feliz Natal!

domingo, 6 de dezembro de 2009

2010 - Ano de Vênus


“Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino –
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.”

Eros e Psique – Fernando Pessoa


Começamos o último mês do ano e já me perguntam sobre a regência de 2010. Pois vamos entrar em um ano regido pelo planeta Vênus, miticamente a deusa da Beleza, do Amor e do Prazer. Se estamos aproveitando 2009 para enfrentar nossos desafios solares, será possível no ano venusiano de 2010 estar suficientemente centrado para aproveitar as bênçãos dessa deusa.

Tradicionalmente os anos regidos por Vênus são abundantes, com boas colheitas, crescimento do rebanho e fertilidade das mulheres. Santo Antônio costuma casar @s solteiros e abençoar @s casados, e todos ficarão felizes e saltitantes o ano inteiro. Fim do ano.

Ok, esse não é o meu estilo. Vamos aprofundar um pouco a coisa.

As sacerdotisas de Vênus conhecidas como vestais eram as pontífices que materializavam na Terra as bênçãos de vida dos deuses. Também as grandes cidades da Mesopotâmia e do Egito tinham seu centro nos templos da Grande Deusa, onde mulheres sagradas eram portadoras do poder de vida que era distribuído aos homens através de encontros sexuais. Um amigo que esteve faz pouco na Turquia contou que, ao visitar a biblioteca de uma cidade que era o centro do poder dos sábios, o guia lhe mostrou uma passagem secreta que ia até o templo das meretrizes, onde, em uma fonte, havia muitas estátuas da Deusa oferecidas pelos homens para obter potência sexual.

Vênus está diretamente ligada ao nosso poder de criar prazer e beleza em nossa vida, materializando no mundo os atributos divinos de alegria, prazer, abundância e amor. Quando olhamos para o centro de nosso sistema a partir do pequeno ponto azul em que vivemos, temos que passar por Vênus e Mercúrio antes de chegarmos ao Sol. Isso significa que entender o que valorizamos, do que gostamos, o que nos dá prazer, o que nos agrada esteticamente, como gostamos de seduzir e de sermos seduzidos, é um passo importante na busca para entendermos quem somos e encontrarmos o nosso centro. A busca por pessoas com quem possamos compartilhar nossos valores e prazeres também faz parte do desenvolvimento de nossa Vênus natal, e é através dela que encontraremos parceiros e nos associaremos aos outros. Sempre conseguimos olhar mais profundamente para nossa alma através dos olhos de nossos parceiros de caminhada. Alem disso, a necessidade de encontrar um equilíbrio harmônico entre um “eu” e um “outro” é uma das maneiras mais rápidas de desenvolvimento pessoal.

Assim sendo, o ano regido por Vênus é um momento bom para assumir e compartilhar os nossos valores mais profundos e também descobrir o que realmente nos traz alegria à existência. Nem precisa ser algo tão profundo assim, pois muitas vezes sair pra dançar e sentar com um amigo para falar bobagem vale mais do que algumas sessões de terapia. Na Vênus natal encontramos nossa capacidade de transformar aquilo que está ruim, feio e desarmônico em coisas belas, boas e agradáveis. 2010 será um ano para treinarmos e incorporarmos isso à nossa vida, e também descobrirmos o que trava e impede esse importante elemento de nossa personalidade se expressar. Oxum, a deusa Yorubá correspondente à Vênus/Afrodite, é aquela que consegue domar o indomável, convencer os teimosos e restituir a fertilidade à Terra quando os deuses ficam de mau humor com os homens, através de seus encantos. Dizem que gentileza atrai gentileza, por tanto é hora de colocarmos nossos encantos no palco.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Trânsitos de Vênus

“Ogum estava cansado da cidade e de seu trabalho duro de ferreiro. Queria voltar a viver na floresta, voltar a ser o livre caçador que fora antes. (...). Logo que os orixás souberam da fuga de Ogum, foram a seu encalço para convencê-lo a voltar à cidade e à forja, pois ninguém podia ficar sem os artigos de ferro de Ogum, as armas, os utensílios, as ferramentas agrícolas. Mas Ogum não ouvia ninguém e permanecia no mato. (...) Sem instrumentos para plantar, as colheitas escasseavam e a humanidade passava fome. Foi quando uma bela e frágil jovem veio à assembléia dos orixás e ofereceu-se para convencer Ogum a voltar à forja. Era Oxum a bela voluntária. Os outros orixás escarneceram dela (...). Ela seria escorraçada por Ogum e até temiam por ela, pois Ogum era violento, poderia machucá-la e até matá-la. Mas Oxum insistiu (...). Obatalá, que tudo escutava mudo, levantou a mão e impôs silêncio. Oxum o convencera, ela podia ir à floresta e tentar. Assim, Oxum entrou no mato e se aproximou do sítio onde Ogum costumava acampar. Usava ela tão somente cinco lenços transparentes presos à cintura em laços, como esvoaçante saia. Oxum dançava como o vento e seu corpo desprendia um perfume arrebatador. Ogum foi imediatamente conquistado pela visão maravilhosa (...). Ela dançava, o enlouquecia. Dele se aproximava e com seus dedos sedutores lambuzava de mel os lábios de Ogum (...). E ela o atraía para si e ia caminhando pela mata, sutilmente tomando a direção da cidade. (...). Quando Ogum se deu conta, eis que se encontravam ambos na praça da cidade. Os orixás todos estavam lá e aclamavam o casal em sua dança de amor. (...). Temendo ser tomado como fraco, enganado pela sedução de uma mulher bonita, Ogum deu a entender que voltara por gosto e vontade própria. E nunca mais abandonaria a cidade. E nunca mais abandonaria sua forja. (...). Oxum salvara a Humanidade com sua dança de amor.”
Reginaldo Prandi - Mitologia dos Orixás

A deusa do amor também se detêm pouco nos pontos do mapa para poder criar algum efeito muito duradouro. Apresentando a órbita mais circular de todos os planetas, com uma excentricidade menor que 1%, e com ciclo de 224,7 dias – movimento médio diário de 1°12’ -, esse planeta fica cerca de 18 dias em cada signo. Vênus sempre está próxima do Sol, como Mercúrio, e, se não está no mesmo signo, estará no anterior, no posterior ou em até dois signos antes ou depois, pois se afasta no máximo 46 graus da nossa estrela, sendo que cada signo tem 30 graus. O planeta Vênus é a nossa Estrela Dalva, vista ao entardecer ou ao amanhecer, e pode trazer uma visão agradável que melhora nosso dia. Vênus é muitas vezes chamado de “pequeno benéfico” nos manuais astrológicos - em contraposição a Júpiter, o “grande benéfico” -, e apesar do conceito de “maléfico” e “benéfico” ser hoje questionado, acompanhar os trânsitos venusianos pode ajudar quando precisamos de um pouco de beleza e prazer para aliviar o peso de processos mais difíceis que estivermos vivendo. Afinal, ver um campo florido no caminho para um dia difícil no trabalho pode muito bem nos relaxar e ajudar a melhorar as coisas.

O transito de Vênus costuma harmonizar e suavizar o fluxo das experiências e a expressão das energias pessoais, por vezes correspondendo a notícias agradáveis ou uma sensação de relaxamento. Podemos dar uma olhada nas efemérides e verificar onde Vênus estará atuando por algumas semanas quando estamos planejando uma viagem, uma festa ou mesmo uma aplicação financeira ou a compra de uma casa. É bom observar, principalmente, quando este planeta está próximo de alguma configuração de peso na carta pessoal, pois podemos receber algum tipo de cooperação que ajude a experimentar aquele ponto do mapa de maneira mais harmoniosa. Quando retrógrado, Vênus cria algumas complicações nos relacionamentos, e podemos entender errado os sentimentos dos outros, ou então entenderem errado os nossos. Isso ocorre a cada 16 meses, mais ou menos, e dura cerca de 40 dias, e não é a melhor época para se “discutir a relação” ou fazer jogadas arriscadas com dinheiro. Vênus fala de nossos valores mais pessoais e íntimos, e nos momentos em que esse planeta está retrógrado isso fica um tanto confuso.

A casa em que Vênus está passando no nosso mapa pode mostrar em que área de nossa vida podemos seduzir e/ou ser seduzidos para realizar algo. Nas casas da identidade - Ascendente, casa V e casa IX -, ganhamos um carisma extra para nos expressarmos e atrairmos os outros; nas casas materiais, casas II, VI e Meio do Céu, sentimos mais prazer em estar em um corpo físico e realizar tarefas concretas; nas casas mentais III, VII e XI, o encontro com outras pessoas e as trocas ficam mais divertidas e agradáveis; e nas casas da alma, IV, VIII e XII, as intuições internas e as relações afetivas ganham beleza e podem trazer momentos de inspiração e harmonia. Mas, exatamente pelas facilidades que Vênus traz, sempre corremos o risco de levar as coisas de maneira superficial quando lidamos com esse planeta, e aí, todos os elementos “benéficos” desse trânsito podem se traduzir como exibicionismo, preguiça, falsidade e perversão, gerando mais perdas, dramas e confusão do que proveitos reais.

Através dos trânsitos de Vênus podemos ver que área de nossa vida está ganhando energia para ser adornada e embelezada, onde podemos estar investindo para nos tornarmos mais Belos e Harmoniosos. Nosso livre arbítrio é a base em que se assenta qualquer previsão astrológica, e ter consciência de nossos valores reais é importante para se aproveitar beneficamente essa força venusiana. E para quem acha que beleza e prazer não são importantes, eu recomendo que fique alguns dias em um lugar - interno ou externo - que seja sombrio, com mal cheiro e sem conforto para ver como fica sua existência. A deusa do amor, com sua dança sedutora, pode resgatar coisas importantes em nossas vidas se prestarmos atenção consciente nela.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Astrologia de Boteco: Encontre sua Vênus e Descubra Seu Prazer


Atendendo aos pedidos, aqui segue uma lista de significados sobre a Vênus nos signos. A primeira coisa a fazer é ter seu mapa em mãos e descobrir onde esse planeta se encontra. No link ao lado você pode fazer isso de graça. Depois faça o mapa das suas parcerias e ganhe subsídios para discutir a relação. E agora, divirta-se.

Vênus em Áries:
Essa é uma deusa guerreira como a Iansã Afro-Brasileira, a comandante da força dos elementos: casada com o Trovão (Xangô), teve nove filhos com o amante e ainda tinha tempo para tecer o manto de Egum, Senhor dos Mortos. Que fôlego! A Vênus ariana mostra uma forma ardente e entusiasta de se relacionar, como se corresse em direção aos outros, sendo a mais impulsiva do zodíaco. A pessoa costuma experimentar uma grande necessidade de paixão, tanto nos casos amorosos - muitas vezes cheios de aventuras e dificuldades - quanto nas amizades. O instinto amoroso aqui representado se baseia no ideal heróico e na necessidade de livre expressão emocional. Áries é o deus da guerra e o amante de Afrodite – que era casada com Hefesto, aliás - e essa combinação costuma lançar muito calor sobre o ambiente. A Vênus ariana tem uma sinceridade direta e também adora competir com qualquer pessoa que entre em seu círculo de relações.
Charles Darwin tinha uma Vênus ariana. Não sei como era seu casamento e nem imagino o que aconteceu nos descansos das viagens do Beagle, mas com certeza a idéia de que a Terra não sustenta todo e qualquer indivíduo, mas apenas aqueles que vencem a competição por comida e abrigo, foi inspirada por sua Vênus.

Vênus em Touro:
É também entre as deusas Afro que encontramos Oxum, esposa preferida de Xangô (o mesmo do Trovão), que é sensual e bela, adora jóias e roupas bonitas. Essa deusa é irresistível como a Vênus taurina. Aqui ela ama dinheiro, não só por causa da segurança que ele pode proporcionar, mas por permitir ter tudo que é bonito, valioso e confortável. A Vênus taurina tem um olho clínico para tudo que é de bom gosto e “estiloso”, que tenha beleza física e valor material. Ela se relaciona tomando posse da pessoa amada, geralmente preparando um ninho de amor maravilhoso e não deixando a pessoa nunca mais escapar de lá. Mas não se preocupe: você vai adorar ficar pres@. Os parceiros costumam ser muito bem escolhidos através de um estudo minucioso, pois tudo que se manifesta em Touro é expresso com calma, reserva e paciência. A necessidade de beleza e harmonia aqui precisa banhar os sentidos, o que significa uma busca interna de tranqüilidade e segurança e uma busca externa de coisas e pessoas graciosas e sensuais.
A Vênus de Hitler era taurina, e com certeza ela ajudou a levar esse homem à loucura. Mas não se assuste, pois também Charles Chaplin tinha essa Vênus, e mesmo que ele não seja o melhor exemplo da fidelidade taurina, deixou um legado de estilo que dura até hoje.

Vênus em Gêmeos:
A Vênus aqui lembra a deusa Saraswati hindu, inventora do sânscrito e inspiradora dos comunicadores daquelas terras Esse posicionamento recebe um ar de amorosa receptividade que faz com que as pessoas achem fácil e agradável se comunicar com essa Vênus. Há um prazer com as palavras e com o conhecimento, o que cria uma tendência a buscar esse tipo intelectual de expressão artística. É importante para a Vênus geminiana encontrar parceiros com quem possa trocar idéias, por isso ela buscará pessoas capazes de se unir tanto emocional quanto intelectualmente. A amizade e a comunhão de mentes são tão importantes quanto uma união emocional. Essa Vênus se relaciona de maneira mentalmente ágil, e espera uma resposta semelhante, fazendo com que a variedade, possibilitada pelas mudanças de relacionamento e pela multiplicidade de amizades, seja muito prazerosa. Essa deusa adora falar e seduz pelo encanto de suas idéias.
Um ótimo exemplo da Vênus geminiana é Chico Buarque. Que outra Vênus poderia representar tantas mulheres ao mesmo tempo?

Vênus em Câncer:
Essa Vênus é como a Iemanjá dos iorubás, oferecendo o mar como colo regenerador. Câncer indica qualidades arraigadas na pessoa, e a Vênus com cores lunares buscará prazer na beleza e na harmonia do ambiente afetivo em que vive. Seus valores serão emocionais, havendo necessidade de se sentir próximo dos outros e, como suas relações e ações amorosas estão baseadas na empatia com tudo que a cerca, há uma tendência a estar sempre dando apoio emocional a quem estiver por perto. A grande sensibilidade canceriana e sua capacidade de perceber o ambiente fazem com que essa Vênus seja capaz de criar verdadeiros abrigos afetivos, onde os outros se sentem acolhidos e amados. Na verdade ela precisa de ambientes amigáveis onde possa manifestar suas emoções de modo relaxado e íntimo. Assim, tanto o prazer quanto a sedução estarão ligados à sua capacidade - muitas vezes desconcertante - de sentir aquilo que se passa no interior das pessoas. Como Câncer é um signo que se volta muito para o passado em suas construções, existe sempre o perigo dela se prender em relações que já não tem significado quando fica com medo da solidão.
Carl Gustav Jung era cercado de mulheres que cuidavam dele e teve um casamento muito rico intelectualmente, o que com certeza deve ter-lhe dado muito prazer. Jung tinha essa Vênus canceriana, que estava em conjunto com Mercúrio, e quem conviveu com ele fala da maneira especial com que conseguia criar o ambiente amoroso e confortável para que seus pacientes pudesse realmente abrir suas almas.

Vênus em Leão:
A deusa suprema do Japão, Amaterasu, é representada pelo próprio Sol, e sua beleza produz o brilho que ilumina o Céu e a Terra. Grandiosa como só uma Vênus leonina consegue ser. Essa Vênus seduz e se relaciona afetivamente brincando, sendo criativa e romântica. O bem-estar da pessoa está vinculado ao estabelecimento de um canal criativo de expressão, pois esse é seu modo de conseguir equilíbrio. É claro que a Vênus leonina vai exigir muita atenção e confirmação de seu charme, e buscará isso sendo ardente, intensa, viva e egocêntrica em seus relacionamentos, muitas vezes cultivando um charme nobre que dificilmente passará despercebido. E como resistir a isso? Egocêntrica, sim, mas não egoísta, pois essa combinação costuma resultar em ações calorosas e cheias de boa vontade para com os outros que entram em seu círculo de relacionamentos. Leão é um signo capaz de incrível generosidade, e a Vênus leonina sabe dar amor como uma verdadeira dádiva.
O que você achou de Laranja Mecânica, 2001 Uma Odisséia no Espaço ou o Iluminado? Não importa muita para a Vênus leonina de Stanley Kubrick se você gostou ou não das suas obras, mas se você ficou impressionado. E alguém aí pode me dizer o que era aquele pênis gigante de porcelana na Laranja Mecânica?

Vênus em Virgem:
Deméter
casa bem com essa Vênus, sendo a deusa que ensinou os seres humanos a arar a terra e trabalhar duro. O caráter realista de Virgem faz com que as necessidades venusianas de conforto, harmonia e beleza envolvam coisas úteis. Ela tem grande prazer em juntar coisas e pessoas e em ajudar de modo prático aos outros. Os serviços chamados “menores” - geralmente por quem não os faz - são feitos amorosa e harmoniosamente por essa deusa. Aliás, essa é uma Vênus que adora trabalhar, e mesmo que você a encontre numa dona de casa, tenha certeza que ela encara os serviços domésticos como trabalho. A forma analítica de Virgem abordar o mundo faz com que a expressão amorosa e a maneira de se relacionar da deusa possa parecer um tanto contida e tímida. Essa não é uma cortesã que goste de aparições públicas. Um dos seus grandes prazeres será o de conversar e muitas vezes ela irá preferir amizades a paixões, pois preza muito sua autonomia e precisa ter certeza de que o outro não vai querer roubar sua alma. Virgem é terra, e, como todos os signos desse elemento, tem uma grande apreciação pelos prazeres físicos. Seu prazer estético está nas coisas pequenas e bonitas, simples mas com detalhes significativos que só a ela não passarão desapercebidos.
Responda rápido: o que John Lennon, Brigitte Bardot e Pablo Picasso têm em comum? Uma Vênus virginiana para se divertir. Realmente essa deusa tem bem pouco das descrições castas da astrologia de manual. E se você tem alguma dúvida de que muito trabalho e atenção aos detalhes podem dar prazer, é só ver o Gene Kelly dançando, pois esse também tinha a Vênus em Virgem.

Vênus em Libra:
Aqui temos a própria Afrodite grega, com suas proporções perfeitas e cinturão irresistível. Essa Vênus está realmente em casa e com isso o poder de sua beleza é bem claro. A sensação de estar vivo, feliz, satisfeito e completo é conseguida com o envolvimento em relacionamentos, pois a própria beleza e valor são vistos através do reflexo produzido pelos parceiros. A Vênus libriana tem grande habilidade em construir parcerias, e a pessoa costuma se mostrar amigável e agradável em seus contatos pessoais, buscando harmonia até nas brigas amorosas. Essa Vênus é uma grande negociadora, com uma capacidade ímpar para desfazer pontos de tensão. Ela se preocupa com que as coisas e pessoas de que se cerca tenham boa aparência. A busca pela bela imagem pode criar alguns problemas quando se evita dar uma olhada um pouco mais aprofundada no caráter do ser amado, mas isso costuma ser um problema que se cura com a idade. Essa Vênus tem um incrível bom gosto, e ela sempre irá criar um ambiente belo onde quer que construa seu templo.
Um exemplo bem claro de Vênus libriana é Grace Kelly. Quer mais do que ser atriz de Hollywood e depois ser rainha de Mônaco? Ah, essa Vênus é um charme mesmo, n’est pas?.

Vênus em Escorpião:
Existem muitas deusas subterrâneas que equivalem a uma Vênus em Escorpião, mas a Lilith hebraica, que teve sua origem na Suméria, com sua recusa em ser dominada por um homem, a exemplifica bem. A Vênus aqui irá preocupar-se com o que acontece entre as pessoas, e quer ter certeza de que tudo que é compartilhado seja lindo, apropriado e valioso. Dizem os manuais de astrologia que essa posição costuma favorecer o ganho de dinheiro através de casamentos e heranças. Essa deusa, na verdade, aprende desde cedo a lidar com situações de pressão. Ela tem um coração aberto para os segredos mais bem guardados, mas não abrirá mão de ter a conta bancária em seu nome. A psicanálise ensina que só temos consciência de uma necessidade depois que experimentamos o sentido de uma falta, e a experiência de falta de uma Vênus no Hades geralmente a faz ter uma necessidade muito grande de segurança emocional. Essa é uma deusa possessiva. A Vênus escorpiniana tem uma forma de receber e responder aos outros que os relaxa e os deixa seguros para que percam suas inibições e restrições, e assim ela consegue que as pessoas se dêem inteiras. Com certeza essa é uma Vênus que se expressa com sussurros e carícias de amor, íntimos e à meia luz.
Elementar, meu caro Watson: Agatha Christie, que devia se divertir um monte criando aqueles crimes e escondendo o criminoso até o fim, tinha a Vênus em Escorpião.

Vênus em Sagitário:
Essa Vênus é como a Uzume japonesa, deusa da dança e da alegria, capaz de perder o amigo mas não perder a piada Aqui se tem felicidade contemplando e compartilhando o significado e o propósito da vida, pois não se fica brigando com sistemas filosóficos e religiosos e sim experimentando a existência de Deus de todas as maneiras que a vida se apresenta. Em Sagitário a necessidade de harmonia, beleza, conforto e de um relacionamento amoroso são expressos de um modo vivo, quente, aberto, aventureiro e inconstante, cheio de ideais e fantasias. É comum essa Vênus se apaixonar por estrangeiros, em viagens ou por professores e outras figuras que representem sabedoria. O prazer está vinculado a novos e constantes estímulos capazes de criar mudança, por isso a Vênus sagitariana precisa de relacionamentos dinâmicos e de parcerias ativas que proporcionem variedade dentro da união. Enquanto ela não encontrar isso em uma pessoa, verá a área amorosa como um campo de caça, passando de uma conquista para a outra sem satisfação completa em nenhuma. Mas seu grande charme é a capacidade que tem de alegrar e estimular qualquer ambiente em que se encontre. Como resistir a essa aventura?
Hannah Arendth tinha essa Vênus, que devia ser bem feliz com todas aquelas viagens e conferências. É só ver as fotos dela enquanto ensinava para perceber isso.

Vênus em Capricórnio:
Lakshmi é a deusa hindu que auxilia na conquista de uma vida segura materialmente e no sucesso profissional. Casada com Vishnu, o Preservador, tem muito da Vênus em Capricórnio. A Vênus aqui não vai admitir sair de casa mal arrumada ou sem seu cinturão. Essa deusa precisa muito do mundo para se expressar, e o desejo capricorniano de ser alguém faz com que ela use todo seu charme e poder de sedução para causar a melhor impressão possível, de modo concreto e direto. Assim, ela gostará de coisas clássicas, e saberá qual a maquiagem e o perfume correto para cada momento, como se portar bem em todas as ocasiões, e qual a melhor forma estética para os ambientes, para os objetos e para as pessoas. No relacionamento amoroso essa Vênus é um tanto quanto defensiva, e considera a rejeição do outro como “mau comportamento”, o que pode deixá-la desconcertada. Nas suas uniões vai precisar do sentimento de segurança e confiança, para que consiga se soltar. Porém, como tudo em Capricórnio, a segurança não virá de fora e sim do mérito que a pessoa tem em ganhar uma afeição verdadeira, e isso precisa de tempo para ser construído. Ela tem um grande prazer com antiguidades e outras coisas que o tempo provou o valor. Essa Vênus é capaz de construir parcerias que duram a vida inteira e sempre proporcionará segurança para quem for capaz de conquista-la.
Indira Gandhi é a portadora de uma Vênus capricorniana, e digamos que encarar a responsabilidade de ser filha de Nehru, ditadora na Índia, mandar fazer esterilização em massa para combater a explosão demográfica, permitir as primeiras experiências atômicas na Índia e ainda pregar a não-violência não é trabalho para uma deusa frágil. Seu casamento não durou muito, mas aposto que ela adorava essa vida pública.

Vênus em Aquário:
É difícil encontrar nos mitos tradicionais uma deusa que tenha a liberdade e modernidade aquariana. Ceridwen, da mitologia da Gália, com sua belíssima filha e seu filho feioso que ela quer tornar sábio, tem muito do senso de justiça dessa Vênus e pode trazer alguma luz para entende-la. A Vênus aquariana tem um dom natural para unir e cooperar com as pessoas em suas amizades e grupos de afinidades. Ela é agradável, comunicativa e boa de conversa. A Vênus em Aquário consegue ver a harmonia e a beleza dos relacionamentos sociais por mais diferente que sejam os seus parceiros. Ela gosta de coisas diferentes e pode parecer bem exêntrica. Nos relacionamentos íntimos, porém, essa Vênus espera muito do outro, pois precisa de alguém que satisfaça sua mente para construir uma união estável. O ideal dessa deusa é encontrar alguém com quem discuta - de maneira equilibrada e mental - os papeis e a contribuição de cada um para o crescimento mútuo. Sim, ela vai querer discutir a relação, mas sempre de maneira mental, sem acusações, culpas ou outras manifestações muito emocionais. É difícil que sucumba a uma união pela paixão, mas se divertirá com flertes ocasionais e com amizades afetivas. Entretanto, ela tem um senso de justiça muito apurado, e será capaz de cumprir um acordo firmado mesmo que isso lhe custe. O segredo aqui é fazer a Vênus aprender a soltar as rédeas de vez em quando, tanto nos processos mentais quanto nos aspectos emocionais, mesmo que em alguns momentos isso signifique certa dose de violência. Então ela conseguirá trazer à tona a verdadeira maravilha que é se relacionar amorosamente com alguém que é antes de tudo um grande amigo.
Bons exemplos de Vênus aquariana são Janis Joplin e Yoko Ono. Tem também os filmes do Tarantino para apreciar a estética dessa Vênus, que só não agüenta ser convencional.

Vênus em Peixes:
Essa é a própria Kwan Yin, deusa da Compaixão Profunda, “que ouve o choro do mundo”, cultuada na China, Japão e Coréia. Om Mani Padme Hum! A Vênus pisciana é capaz de ensinar que muitas vezes é através do ferimento, da perda e dos conflitos internos que nos tornamos mais bonitos, ternos, equilibrados e amorosos, pois só assim transcendemos os limites da vontade e emergimos em algo maior. Essa deusa acha difícil determinar o que está procurando, tendo apenas uma profunda necessidade de se tornar envolvida e integrada, de prestar assistência e serviços aos outros. É importante encontrar - e ter coragem de procurar - relacionamentos em que ela possa não só ajudar e absorver a outra pessoa mas também deixar-se absorver pelo outro. Como o senso de identidade dessa deusa não é muito grande, muitas vezes ela acaba assimilando demais as necessidades alheias e se perdendo internamente, o que distorce seu desejo de tornar-se um só com os outros através da experiência emocional comum. Há uma atmosfera mágica em torno dessa Vênus, que tem um charme capaz de deixar a todos encantados. É comum a Vênus pisciana idealizar os outros como deuses ou deusas plenos de perfeição, o que é muito complicado num relacionamento real. Depois que ela passa a reforçar sua vida emocional interior, geralmente após alguns desapontamentos com essas imagens divinas do ser amado, ela pode descobrir que a entrega total que tanto anseia não visa uma redenção ou salvação externa, mas está na imensa capacidade de viver o prazer e a beleza da união com algo maior que nós mesmos, e esse poder é seu.
Quer Vênus pisciana mais feliz do que a da Shirley Maclaine depois que descobriu as suas Muitas Vidas? Airton Senna também tinha uma Vênus dessas, e é só lembrar as suas declarações sobre os êxtases que experimentava com os exercícios físicos para ter uma boa dica de como lidar com uma Vênus tão etérea.