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sábado, 29 de fevereiro de 2020

Stelium de Júpiter, Saturno, Plutão e Marte em Capricórnio

“Devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para ter a vida que nos espera.” -Joseph Campbell

Dia 3 de março de 2020 teremos em Capricórnio o inicio de um reforço na  já forte conjunção de Plutão e Saturno com a chegada de Júpiter, que irá se estender até meados de abril atingindo Aquário e englobando Marte a partir de 10 de março. Como essas conjunções e aspectos causam muita ansiedade, vamos aqui tentar pensar um pouco sobre esse stelium que nos espera depois do Carnaval.

Vamos lembrar o que está representando essa conjunção Saturno/Plutão em Capricórnio que estamos enfrentando desde o ano passado e que enfrentamos nos anos 80 em Escorpião. Aqui temos o arquétipo do Uroboros, a serpente que devora sua própria cauda, no ciclo eterno de morte/renascimento, fins/inícios, na evolução em torno do centro imutável de Plutão, se encontrando com o arquétipo do Mestre Sábio que tem como face obscura o Diabo que induz à ruína do humano de Saturno. O aspecto mais evidente dessa combinação são as obsessões ligadas a tudo que represente autoridade e poder. Esse aparente movimento organizado e deliberado para uma experiencia autodestrutiva incontrolável que vivemos parece ser o tom coletivo desde a entrada de Plutão em Capricórnio, em 2009, e que foi se adensando com a entrada de Saturno em seu domicílio (Capricórnio)  em 2017. Que atire a primeira pedra aquele que não quis matar - só um pouquinho - o tiozão surdo do pavê. Sim, vimos com clareza o lado obscuro do vizinho, mas também o nosso próprio e de toda a estrutura que vivemos e somos cúmplices. 

Júpiter traz expansão e crescimento para tudo que toca, fortalecendo e abrindo espaço para a fé em algo maior e mais abrangente, nos fazendo acreditar que somos capazes de superar aquilo que nos aprisiona e restringe. Por isso as conjunções entre Júpiter e Saturno são tradicionalmente vistos como períodos de mudanças de regime e de governo. Isso significa que Júpiter pode trazer novos caminhos ampliando nossa visão e ajudando a  ver adiante algo novo que não conseguíamos ver por causa das firmes muralhas de Saturno. Como as muralhas saturninas que estamos vendo nesse momento têm seus alicerces no Reino profundo de Hades, Júpiter terá que ser mesmo muito persuasivo para nos fazer acreditar na possibilidade de mudança. Mas essa não será a primeira vez que o Senhor do Olimpo enganará Saturno para modificar o equilíbrio das forças no poder. Os momentos mais famosos desse enfrentamento falam de Júpiter sendo escondido e alimentado pela ninfa Amaltéia, que fazia música e balburdia quando a criança chorava para que o Senhor Saturno não escutasse, e do jovem Júpiter colocando veneno na sopa de seu pai para que ele vomitasse de volta seus irmãos prontos para a batalha, após terem crescido na barriga dele. Podemos perceber que a alegria, muito mais que a força, é o principal combustível jupiteriano, além de esconder o crescimento da mudança que se aproxima. Com a chegada de Júpiter, tudo aquilo que estiver maduro para a batalha sairá das próprias entranhas de Saturno, das entranhas do lado obscuro da sabedoria adquirida através do sofrimento. E cá estou eu, escrevendo em pleno Carnaval brasileiro, com a Mangueira mostrando um Cristo mulher e outro sendo baleado pela PM, a campeã carioca, Viradouro de Alma Lavada, contando a história das lavadeiras da lagoa de Abaeté (Ora ie iê ô) que compraram a própria alforria e depois a alforria de muitas pessoas escravizadas lavando a roupa de gente branca, que nunca soube cuidar de si. E a campeã de SP, Águia de Ouro, trazendo o Poder do Saber, em um ótimo resumo de Júpiter com Albert Einstein, a Bomba Atômica e cantando jupiterianamente:

"Brincar de Deus, recriar a vida
Desafiar, surpreender
Na explosão a dor, uma lição ficou
Sou aprendiz do Criador”

E nessa alegria e festa do Carnaval pudemos escutar por baixo o choro da criança: Rebelião de PM no Ceará atacada por escavadeira (método bem jupiteriano de resolver oposição) pelo representante do poder e aquele que ocupa o lugar de presidente ameaçando fechar o Parlamento que o obedece em tudo alegando oposição. Os fatos atropelando os astros e o antigo rei resistindo o quanto pode às mudanças que exigem espaço. Ou seja, não estamos falando de uma mudança onde o velho e corrupto rei que não tendo mais energia para renovar o reino resolve morrer para que o novo possa entrar e recuperar tudo que foi transformado em poder pelo poder, sem nenhum objetivo maior. Estamos falando aqui de transformação dos diversos contratos e obrigações sociais que mantinham a sociedade coesa e unida, estamos falando de rompimento de estruturas que se mostram antigas e falidas. Vamos lembrar aqui que Donald Trump está propondo modificar a Declaração dos Direitos Humanos, é esse o nível de rompimento que estamos falando. E se não são os Direitos Humanos que irão nortear nosso processo civilizatório, o que será? Realmente aprendemos que simplesmente declarar que "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos; dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”, não resolve os problemas que temos em função das desigualdades que criamos. Esse é o nível da angústia que vivemos, onde o velho não traz mais segurança ou respostas, mas o novo é ainda muito jovem para trazer as respostas e seguranças que ansiamos. Ou seja, Bernie Sanders ganhar as primárias americanas não será suficiente, apesar de que seria uma boa batalha ganha. Então o que podemos esperar para os próximos meses é essa luta por mudança acompanhada de enorme resistência no sentido oposto. E aí dia 10 de março Marte entra na dança, e o detonador astral com certeza vai acirrar os ânimos dessa disputa, em meio às manifestações prometidas de ambos os lados da disputa aqui no Brasil. 


Sendo Capricórnio um dos signos cardeais, ou seja, que tem sua força voltada para fora, representando um novo patamar se iniciando, podemos esperar o nascimento de um novo momento a partir de março. A última conjunção Saturno/Júpiter em Capricórnio foi em 1961, quando vimos a explosão do ativismo dos direitos civis nos EUA, mas quando chegou a oposição Saturno/Júpiter posterior, 10 anos depois com Saturno em Touro e Júpiter em Escorpião, o que frutificou foi a Guerra dos EUA contra o Vietnã, o que mostra que a luta de um grupo não traz a libertação do todo, mas pode trazer essa ânsia de liberdade e mudança para um imaginário mais abrangente, como foi a resistência à Guerra. Plutão, tendo seu peso coletivo garantindo um olhar blasé para nossos pequenos dramas humanos, traz certo ar de tudo ou nada que, ao se juntar com a força guerreira marciana, não seria estranho se tivéssemos que viver algo bem destrutivo para realizar a mudança que precisamos para encontrar novos caminhos.  Sinto bastante medo ao escrever essas coisas, mas se quiser ser fiel ao simbolismo desse stelium em Capricórnio, o que estamos prestes a viver por aqui pode ser bem dramático. Um amigo astrólogo, Denis Matar, chega a dizer que estaremos vivendo o fim definitivo do Capitalismo, que desde muito promete morrer mas sempre ressuscita com novas artimanhas. Apesar de sabermos que a necessidade de mudança é mais do que urgente, que nossos erros comprometeram a nossa sobrevivência no planeta, inclusive, precisamos realmente que Júpiter traga muita Luz para enxergarmos um novo caminho e que Marte nos dê a coragem para entrar na boa luta e rompermos com tudo o que for velho e corrupto na estrutura em que vivemos. E que os deuses nos protejam. 

Mas pra ninguém ficar muito desolado, aqui está pra vocês um pouco do incrível Emicida, pra lembrar que a Revolução é feminista ou não é Revolução ;)


domingo, 6 de outubro de 2019

Netuno Enquadrado Com Júpiter


"Quem dentre a legião dos anjos me ouviria, se eu gritasse?"



Estamos vivendo um período de conflito entre Netuno e Júpiter, os dois planetas que falam de nossas necessidades de expansão e transcendência que estão em seus domicílios, respectivamente Peixes e Sagitário, o que afeta diretamente qualquer coisa que estiver nos signos Mutáveis nesse ano.

A quadratura costuma ser o aspecto mais difícil de integrar, pois carrega uma força que exige que se concretize aquilo que é abstrato, em geral sentido como uma verdadeira crucificação do espírito. E quando falamos de dois Planetas que expandem nossas buscas espirituais, temos aqui a oportunidade de mobilizar forças nesse sentido. Como a conjunção Plutão/Saturno em Capricórnio está exigindo muita atenção em nossa vida material, essa quadratura pode passar despercebida como fruto dos nossos desafios financeiros e estruturais, mas uma análise mais atenta mostra que estamos tendo que lidar com uma crise que diz respeito também à nossa vida interior, onde devemos encontrar as pedreiras para ‘extrair as pedras e construir com elas as paredes perpendiculares do futuro edifício’, como dizia Dane Rudhyar. A quantidade de medicamentos para acalmar nossa psique que anda sendo distribuido para qualquer modulação emocional que dificulte nossa produção material também ajudam a esconder e tirar a força dos movimentos do espírito, já que as emoções são o principal instrumento do inconsciente para conversar conosco. Tanto Netuno quanto Júpiter não reconhecem os limites mundanos e não têm nenhum pudor em passar por cima das barreiras que limitam nossa realidade para nos fazer ir além, e não confiar nas próprias emoções pode dificultar o trabalho que precisamos fazer nesse momento.

Como é fácil perceber, essa oportunidade que a quadratura Netuno/Júpiter está nos oferecendo não será aproveitada através das ferramentas utilizadas para nossas questões cotidianas, pois planejamento, análise racional e trabalho duro podem criar mais obstáculos do que caminhos. Netuno distorcido cria ilusões e Júpiter distorcido cria exageros, então se quisermos dominar essa quadratura de maneira utilitária o mais provável será sermos dominados por ilusões exageradas que esgotam nossas forças e complicam mais ainda nossas vidas. Se nossa vida externa possui limites claros, nossa vida interior não obedece essa lógica, portanto precisamos silenciar nossas mentes e sintonizar essa outra dimensão. Meditações e orações são as maneiras clássicas para adentrar nesse outro mundo, mas música, dança, contemplação de obras de arte ou de paisagens naturais, e mesmo caminhar sem destino determinado podem oferecer momentos de conexão úteis para trazer a expansão que essa quadratura necessita. Se você possui papel e lápis de cor em casa, vale a pena tentar colocar em imagens e/ou cores aquilo que você anda sentindo, sem se preocupar com aquilo que aparecer, se é bonito ou feio, bom ou mal, já que o inconsciente não trabalha com essas categorias. Os sonhos também são uma fonte clássica de informações inconscientes, então é importante dar-lhes atenção devida, seja anotando, desenhando ou mesmo contando para alguém de confiança. 

Sagitário representa o Fogo Sagrado, o fogo utilizado para queimar as oferendas materiais para que elas cheguem à divindade. Peixes é o oceano, a Água com profundidades abissais e superfícies férteis. Júpiter em Sagitário traz o Fogo Sagrado para mais perto nos fazendo acreditar mesmo sem ver. Na fé católica é o momento em que Jesus sobe aos céus e deixa com seus seguidores o Espírito Santo: “Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e Samaria e até os confins do mundo’’ (Ato dos Apóstolos 1.7-8). Júpiter traz a fé que nos é dada para crermos em algo maior que nos acompanha e dá a força para espalhar a boa nova, superando as dificuldades e traumas que nos paralisa e inibe, revelando a verdade que aprendemos e expandindo nosso horizonte de atuação. Netuno retrata o momento de elevação da divindade, quando ela sobe aos céus e desaparece da vista dos seres humanos (Atos dos Apóstolos 1. 9-11): “Dizendo isso, elevou-se (da terra) à vista deles, e uma nuvem o ocultou aos seus olhos. Enquanto o acompanhavam com seus olhares, vendo-O afastar-se para o céu, eis que lhes aparecem dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vestes subir para o céu’”. Netuno traz esse olhar de abandono dos discípulos para os céus em busca do Mestre que ensine o caminho. O conflito entre esse vazio netuniano e a força jupiteriana é propício aos fanatismos se continuarmos esperando a volta do Mestre olhando para os céus em vez de O realizarmos na terra, por isso é tão importante transformarmos essa inspiração em algo concreto em nossas vidas, mesmo que isso signifique abrir mão de valores muito concretos que cultivamos ao longo do tempo.  É preciso verdadeira coragem para seguir as orientações do inconsciente sem se deixar dominar pelas ilusões e grandiosidades prometidas por falsos profetas. Uma das maneiras que funciona bem para mim é lembrar que qualquer grandiosidade que encontre em mim nas minhas conversas com o inconsciente, pertencem na verdade à toda Humanidade, portanto não me dá nenhum privilégio ou direito especial sobre os outros. Qualquer desejo ou ideologia que nos coloca em um lugar especial e separado dos Outros, vistos como inimigos, tem certamente uma contaminação arquetípica cheia de distorções Netuno/Júpiter, pois, como disse o profeta Joel (Jl 3, 1-3): “Derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo; profetizarão os vossos filhos e vossas filhas. Os vossos jovens terão visões e vossos anciãos sonharão”. Esse trecho de Joel me lembra o discurso de Greta Thumberg na ONU dizendo : ”Como vocês ousam falar de lucro quando a vida no planeta está em risco?” Para quem não ouviu, segue o link:




Ou seja, você não precisa entrar para uma Igreja ou se encontrar em alguma religião ou filosofia ou ideologia para aproveitar a necessidade de crescimento interior que o céu nos apresenta nesse momento, apesar de você poder também aproveitar os instrumentos oferecidos por essas coisas. Basta ouvir as visões corajosas dos jovens e os sonhos dos anciãos, os internos e os externos. Para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Há mais de 30 anos a Ciência vem nos avisando que caminhamos para um abismo sem retorno, quem sabe agora, ouvindo os sonhos e visões conseguimos fazer as mudanças internas que se fazem cada dia mais urgente para construir um edifício mais amplo de futuro. Sem dúvida as saídas para o que vivemos hoje precisarão ser buscadas no inconsciente.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Passeios de Júpiter Pelo Mapa

Enquanto caminha pelo zodíaco, o Senhor do Olimpo vai fazendo conjunção, quadratura e oposição com os pontos e astros do nosso mapa, otimizando nosso crescimento através de sua energia e fertilizando os campos de nossas vidas. Os trígonos e sextis de Júpiter trazem bastante ajuda na ampliação desses pontos, e recebemos muitas intuições e revelações para maior entendimento do que nos acontece naquele lugar. Mas são os aspectos desafiadores que vão mostrar que, quando não estamos bem conosco mesmos, as novas possibilidades trazidas por esse planeta podem ser bem difíceis com seus excessos. Muitas vezes também, Júpiter está em um aspecto harmônico com um astro que precisa enfrentar uma quadratura e/ou uma oposição para se expressar em nós, e então o otimismo e abertura jupiterianos podem trazer dificuldades e confusões se deixamos de lado o cuidado e a consciência que precisamos para vivenciar positivamente as nossas limitações. Então, vamos passear com Júpiter pelos astros para que se possa ter uma breve idéia sobre como entender esses desafios.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Sol Natal
O Sol natal é o centro de nosso sistema e o Luminar que mostra o desenvolvimento de nossa essência. Qualquer aspecto de Júpiter com o Sol é, portanto, uma chance de ampliar nosso horizonte solar de modo a compreender melhor nossas necessidades mais profundas. Quando, porém, Júpiter em trânsito desafia nosso Sol, ficamos com muita vontade de cometer excessos e damos pouca importância para as conseqüências, forçando decisões que ainda não estão maduras. Júpiter em seus encontros com o Sol subestima os aprendizados da experiência concreta, e nos enche de inspiração e impaciência. É importante nessas épocas perceber que Júpiter dá um colorido filosófico e religioso para nossa vida, e, portanto, é um bom momento para resolver e ampliar nossa maneira de encarar a expressão de quem somos, mas não necessariamente para resolver nossos problemas concretos. É comum que tenhamos algumas frustrações desconcertantes e sensações de perdas injustas porque o otimismo e exagero jupiteriano não nos deixou ver o que estava realmente acontecendo. Ao se perceber vivenciando esse tipo de coisas, é importante dar uma refreada nessa energia toda para que ela não sirva apenas para se escapar de experiências mais duras, fazendo desses trânsitos um crescimento real, e não apenas uma distração das próprias limitações.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição à Lua Natal.
Na Lua natal encontramos nossas memórias afetivas, nossa auto-imagem idealizada, nossa capacidade de criar vínculos, ou seja, onde exercitamos a “arte de fazer amigos e influenciar pessoas”. Quando Júpiter no céu entra em contato com nossa Lua temos a sensação de que está na hora de superar os traumas que nos afastam das pessoas e buscamos novas saídas para antigos dilemas. Muitas de nossas dificuldades lunares estão conectadas com problemas na infância que trazem a sensação de abandono/rejeição/falta e que temos medo de repetir quando nos relacionamos. Júpiter mostra nossas necessidades de relacionamento e afeto de uma maneira que realmente intuímos que há algo de bom na superação de nossas limitações afetivas. Nem sempre isso vem de um jeito alegre e divertido - apesar de muitas vezes nos sentirmos bem fazendo festa com nossa “tchurma” -, já que esse planeta pode trazer uma consciência dolorosa das dificuldades de nos aproximar real e intimamente dos outros, se nossa Lua possui muitos conflitos natais. Como sempre, os problemas com Júpiter começam com otimismo exagerado e terminam com castelos de areia destruídos. Quando estamos lidando com a Lua é sempre bom deixar nosso “adulto” ligado para ver onde nossas emoções estão criando dramas muito carregados em nossa vida. Nos desafios que Júpiter traz para nossa Lua sempre podemos abandonar os velhos padrões de comportamento que não precisamos mais para nos defender, mas se nossa Lua tem muitos desafios de expressão, achar que todas as pessoas que cruzam nosso caminho são de confiança pode apenas asseverar nossas crenças errôneas.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Mercúrio Natal.
Com nosso Mercúrio pensamos, aprendemos, pesquisamos, fazemos acordos e expressamos o que vai dentro de nós. Júpiter abre nossos canais de comunicação para o mundo, o que pode ser bem divertido ou muito confuso, dependendo da consciência dos aspectos natais com que temos que lidar em nosso Mercúrio. Com o costumeiro exagero e otimismo jupiteriano, nosso Mercúrio pode sair falando feito um tagarela se estiver muito aflito, o que não vai ajudar em nada nossas dificuldades de comunicação. Se você, porém, tem consciência de como age seu Mercúrio natal, esses períodos podem ser muito bons para conversar com pessoas importantes e para escrever artigos, pois ficamos cheios de idéias inspiradas e conseguimos convencer as pessoas de nossos pontos de vista com certa facilidade. Mas precisamos realmente tomar cuidado com o que e com quem falamos nessas épocas, pois Júpiter também deixa nosso Mercúrio com um bocão, e acabamos falando a pior coisa no momento mais inadequado, contando piadas em enterro ou nos divertindo com questões delicadas para outras pessoas. Se você ainda não possui o hábito de escrever para trabalhar os trânsitos sobre seu Mercúrio, essa é uma boa época, pois muitas idéias geniais acabam surgindo, e é bom guardá-las para momentos mais tranqüilos. Inclusive aquela piada picante e deliciosa sobre seu amigo, que será muito bem vinda em um momento privado, não fará nada bem à sua amizade se for dita em meio à festa para apresentar a família tradicional da noiva dele.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição à Vênus Natal.
Em nossa Vênus temos nossos valores estéticos e nossos parâmetros de prazer, e Júpiter irá inspirar nossa predisposição natural para o que sentimos como Belo, além de acentuar nosso desejo por conforto. E aí aquela roupa linda e caríssima que se vê na vitrine cai como uma luva em nós, e nos sentimos maravilhosos! Claro que junto aparece um dinheiro extra na sua conta, de um trabalho que você fez há muito tempo e só agora estão lhe pagando. Mas dê uma verificada na conta do seu cartão de crédito durante esse trânsito, para ao menos passar por esse período com certa consciência de que suas dívidas não vão desaparecer porque você se sente bem. Os relacionamentos amorosos costumam se abrir também nesses períodos, mas quando Júpiter desafia nossa Vênus podemos ter a tentação de trocar uma relação estável por medo de perder as 999 outras possibilidades no mercado. Como nossas dificuldades venusianas também são ativadas pelo trânsito de Júpiter, podemos ficar muito susceptíveis às frustrações amorosas e tentamos compensar isso buscando outros tipos de prazer imediato, comendo muito, fumando muito, ou simplesmente seduzindo qualquer coisa que apareça pelo caminho. Se você tem um relacionamento amoroso importante, é bom perceber sua tendência ao exagero e pegar mais leve com seu parceiro, e se está em busca de um novo amor, é bom pensar um pouco no dia seguinte durante esses trânsitos, lembrando que sapos continuam sapos apesar dos seus beijos e uma princesa adormecida pode ser uma bruxa quando acordada.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Marte Natal.
Os trânsitos de Júpiter sobre o Marte precisam das mesmas atenções de quando Marte passa sobre nosso Júpiter, então cuidado com a conta bancária, com os destemores e as atitudes muito exageradas. Como nosso Marte mostra como agimos a nosso favor, Júpiter expande nosso campo de ação pessoal quando forma aspectos com nosso guerreiro. Geralmente ganhamos mais energia para conquistar espaço no trabalho e nas relações porque conseguimos nos expressar melhor e entender para onde queremos realmente ir. Mas quando o senhor do Olimpo desafia nosso guerreiro e temos que lidar com as nossas dificuldades nessa área, o exagero e a agressividade, que são as distorções mais comuns desses planetas, podem se juntar para criar muitos estragos quando temos que vivenciar frustrações nesses períodos. Uma das características dos trânsitos de Júpiter é uma boa dose de inspiração para o caminho que devemos seguir, e isso proporciona ao Marte uma possibilidade de direcionamento da energia instintiva que carrega. Mas se você observa que no seu agir marciano há uma tendência a riscos e acidentes, o que costuma acontecer com um Marte que recebe muitos aspectos natais desafiadores, é importante usar esse período para entender as dificuldades e limitações de expressão da sua vontade que estão sendo mal direcionadas, evitando rompimentos e frustrações por conta das distorções dessa força.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Saturno Natal.
Os encontros entre Júpiter e Saturno, principalmente as conjunções, são apontados como sinal de “mudança de governo” por muitos textos astrológicos e alquímicos. Mitologicamente, é no confronto entre esses deuses, pai e filho, que saímos da Era de Ouro de Saturno e entramos na Era dos Deuses Olímpicos. Nosso Saturno natal mostra onde temos que levar a vida a sério, onde precisamos nos tornar adultos e criar uma estrutura interna sólida se não quisermos viver de frustrações e reclamando da vida. Esse planeta representa o Princípio da Realidade freudiano, e não se comove com as historias tristes que usamos algumas vezes para evitar as responsabilidades por nossa própria existência. As armas mais comuns que nosso Saturno tem para nos obrigar a isso são o medo e o desejo, pois queremos muito a excelência e a autoridade representada por esse planeta e ao mesmo tempo tememos não ser capazes de atingi-la. O trabalho duro que temos que enfrentar para transformar nosso Saturno em amigo ganha inspiração e conseguimos perceber muitos dos significados dessa labuta quando Júpiter entra em contato com essa área de nossa vida. Podemos perceber, então, o quanto crescemos e conquistamos, e podemos dispensar muitos dos medos saturninos e aceitar melhor as responsabilidades que nos cabem. É comum que esses períodos representem um aumento na carga de trabalho – em vários níveis – que nos mostra que somos capazes de dar conta do recado. Isso pode realmente significar uma “mudança de governo”, se você conseguir entender que a recompensa saturnina não vem de um reconhecimento externo, mas do acúmulo de experiências reais que temos com a vida. É assim que nos tornamos senhores de nós mesmos, e se incorporamos isso à nossa vida, Saturno não precisará mais usar seu instrumental de medo e frustração para criar nossa estrutura consciente.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Urano Natal.
Nosso Urano traz a força da mudança ideológico de nossa geração, e, principalmente se temos algum astro pessoal se relacionando com esse planeta, é através dele que expressamos a ânsia humana por liberdade. Júpiter costuma inspirar nosso comportamento mais excêntrico quando se relaciona com o Urano natal, e ficamos com pouca paciência para com as regras sociais ou normas de segurança. Tudo bem se você resolver pintar o cabelo de verde, pois quando o trânsito passar você pode voltar a pintá-lo de uma cor mais tradicional, mas espere um pouco se decidir sair do emprego porque seu chefe não entende o quão criativo você é. Esse é um trânsito em que nos sentimos realmente sufocados pelas coisas que nos prendem e pode ser aproveitado para se sair de amarras que não fazem mais sentido, mudando de rumo para algo mais significativo. Mas faça isso com cuidado e não em um rompante de rebeldia, pois Júpiter pode ser um ótimo semeador de coisas novas, mas não tem a persistência necessária para cuidar daquilo que semeia, nos deixando com muitos problemas desnecessários depois que vai embora. Quando colocamos a culpa de nossos problemas em algo fora de nós estaremos tomando um atalho perigoso, então é bom avaliar internamente o porquê dessa sensação incômoda de prisão e ter coragem para ver a verdade sobre o que se está vivendo antes de romper o relacionamento ou ir morar em uma comunidade de iluminados.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Netuno Natal.
Se Urano traz as ideologias de nossa geração, Netuno traz os sonhos e fantasias de redenção, o que pode ser vivenciado como um ponto cego em nossa vida pessoal, onde confundimos a realidade para criar espaço para a transcendência. Muitas vezes isso significa ter que sacrificar nossa vontade em nome de algo maior. Quando Júpiter amplia essa dimensão de nossa existência é preciso ter uma maneira não material de se lidar com tanta inspiração, seja através de meditação, de expressão artística, escrevendo os sonhos e fantasias, dançando e participando de rituais ou mesmo se comprometendo com algum tipo de trabalho voluntário. As grandes paixões e os grandes projetos que surgem nesses períodos de encontros entre Júpiter com nosso Netuno costumam ter um gosto de panacéia e é difícil focarmos a razão para entender que não existe algo que resolverá todos os nossos problemas e carências. Esses são períodos de abertura realmente muito ricos, mas é preciso manter as condições de sobrevivência de nosso ego quando lidamos com os planetas transaturninos, que governam os movimentos coletivos. Como disse certa vez Jung, se não podemos vencer um trânsito, podemos sobreviver a ele.

Júpiter em conjunção, quadratura e oposição ao Plutão Natal.
Se Urano e Netuno ainda dão trabalho para compreender a verdadeira dimensão em que atuam, Plutão, que entrou em nosso campo consciente a menos de 100 anos, ainda é um elemento fascinante de descobertas. Nele encontramos a Sombra coletiva e, principalmente quando envolvido com astros pessoais em nosso mapa natal, temos um desejo visceral de incorporar os aspectos menos “bonitinhos” da existência humana. Em termos geracionais, ele mostra, por signo, como foi preciso perder a inocência para sobreviver, onde aquela geração teve que entender que a linda flor do jardim só foi possível graças a muitos seres que morreram para servir de adubo àquela existência. Assim, o lugar onde está nosso Plutão natal não é o ponto mais relaxado e tranqüilo do mapa, principalmente se tem aspectos com alguma expressão pessoal. Não vejo muitas diferenças entre aspectos harmônicos ou desarmônicos quando lido com o senhor do Hades, e essa costuma ser uma área da vida em que acumulamos muitas paranóias e feridas de infância, e por isso somos naturalmente desconfiados e controlados. Júpiter entra em contato com essa área de nossas vidas trazendo Luz, o que não é necessariamente algo bonito de se ver, mas com certeza o otimismo olímpico desse planeta ajuda a olhar o porão onde escondemos as coisas que temos dificuldades de vivenciar conscientemente. Plutão é uma porta de saída para nosso inconsciente pessoal, e Júpiter costuma facilitar a saída de coisas escondidas, o que pode significar, muitas vezes, uma reação emocional muito forte a coisas aparentemente pequenas. Essa exposição de nossos segredos pode asseverar nossa paranóia, mas pode também ser a oportunidade para compreender realmente essas emoções mais pesadas que carregamos, trazendo um aprofundamento em nós mesmos que é transformador se conseguirmos agüentar o desconforto do processo. Plutão tem a posse de uma enorme quantidade de energia bloqueada pelo medo, e quando Júpiter em transito interage com seu irmão mais sombrio temos a oportunidade de entender melhor essa força armazenada em nossas dores. Através da dimensão filosófica jupiteriana se pode aprender a amar nossas faces rejeitadas e cheias raiva que tiveram que se esconder para sobreviver, e por vingança enchem de veneno nossa existência. Há momentos que me parece que toda a nossa existência pode se resumir na realização desse processo de transformação.

domingo, 12 de abril de 2009

Trânsito de Júpiter

“Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai!”
São Paulo – Carta aos Romanos 8, 15

Com Júpiter e Saturno entramos na esfera social de nosso relacionamento com o mundo, com seus movimentos de expansão e recolhimento próprios. Alguns astrólogos ainda associam os trânsitos de Júpiter à idéia de Sorte, e os de Saturno à de Azar, ou, para usar uma linguagem mais antiga, o Senhor do Olimpo traria um destino benéfico e o Senhor do Tempo, maléfico. Dane Rudhyar, um dos primeiros a apresentar os princípios astrológicos através da linguagem psicológica, dizia que Marte, Júpiter e Saturno simbolizavam processos ativos complementares em nossa vida. Marte representa a força de reprodução da energia universal, Saturno o processo pelo qual essa força vital universal se torna “diferenciada, limitada, particularizada como célula viva” - onde criamos um eu diferenciado com o qual nos identificamos -, e Júpiter irá mostrar o poder da ação correta desse eu diferenciado em busca de propósito – “a voz do nosso verdadeiro Destino”. O que é maléfico ou benéfico nesses processos fica por conta de cada um.

A abordagem mais típica com relação aos trânsitos jupiterianos fala de abertura para o novo e de expansão da consciência, o que pode muito bem significar irmos todos para a praça pública tomar LSD e cantar Aquarius esperando a chegada da Nova Era, como parece que Júpiter em Aquário andou sugerindo para algumas pessoas. Depois que voltarmos para casa ainda precisaremos lidar com a crise econômica, com o vizinho abusado e barulhento, com as cobranças do chefe de mau humor, e, claro, com uma baita ressaca. Liz Greene associa Júpiter ao puer aeternus, o “eterno jovem”, de Jung. Símbolo de novas potencialidades, aqui temos o jovem rei cheio de esperança e otimismo, que herda o trono após a morte de seu velho pai, e que pode criar as melhorias de vida que vislumbra no horizonte. O problema do jovem rei é sua falta de experiência, e só o tempo poderá dizer quais de suas iniciativas darão realmente certo. Isso, porém, não diminui a importância da possibilidade de se iniciar o plantio de algo novo.

Com essa energia para nos mostrar novas possibilidades a serem exploradas, Júpiter traz a visão de um novo patamar de experiências mais positivas nas áreas de nossa vida em que está passando. Isso pode, muitas vezes, ser traduzido como coragem para desenvolver novos potenciais e abrir novas portas. O senhor do Olimpo nos mostra o que falta para nos tornarmos inteiros e garante que temos o direito de ir atrás disso. Na mitologia Greco-romana, uma das características marcantes de Zeus-Júpiter era sua enorme fertilidade, sendo ele o pai da maioria dos heróis daqueles povos, inclusive do mais emblemático entre eles, Héracles-Hércules, aquele que conseguiu passar por todas as provas e alcançar a individuação, se tornando imortal e indo viver no Olimpo. Mas é bom lembrar que Héracles entra nessa aventura em busca de redenção por ter matado sua família em meio à loucura enviada por Hera. Muitas vezes os trânsitos de Júpiter podem nos levar ao exagero exatamente para trazer à consciência onde nos falta equilíbrio e sabedoria, e se isso nos levar a uma busca de maior aprofundamento em nós mesmos, com certeza poderemos contar com a ajuda dos deuses.

O ciclo de Júpiter é de 11 anos e 315 dias, o que significa que ele leva quase 12 anos para voltar ao mesmo lugar em que estava quando nascemos, e a cada 3 anos, mais ou menos, ele entra em conflito com ele mesmo em nosso mapa. A primeira coisa que precisamos entender, portanto, é como e onde vivenciamos nosso Júpiter natal – por signo e casa –, e, assim, perceber a maneira como nos conectamos com esse planeta. Se você tem mais de 12 anos, buscar lembranças por volta dos 3, 6, 9 e 12 anos pode dar dicas importantes, assim como suas idades múltiplas de 12, como 24, 36, 48, etc. Os anos em que Júpiter passa por nossas casas angulares (Ascendente, Fundo do Céu – casa IV -, casa VII e Meio do Céu – casa X) também são anos em que temos força para iniciar processos importantes de expansão para novos horizontes, e geralmente experimentamos mudanças jupiterianas nessas épocas. Quando esse planeta passa por nosso Ascendente as qualidades do signo que o rege ficam mais evidentes em nós, e como a primeira casa mostra como iniciamos coisas em nossa vida, esse costuma ser um tempo onde muitas coisas novas aparecem e temos vontade de promover mudanças em nossas vidas. Na sua passagem pela casa IV, Júpiter mostra formas de ampliar nossas raízes, podendo curar muitas das nossas feridas de infância através da visão mais expandida da nossa família. Enquanto passeia por nossa casa VII, Júpiter nos anima a ver nossos relacionamentos de modo mais generoso e nos dispõe a encontrar parceiros que acrescentem mais ao que somos e também a renovar nosso olhar para os relacionamentos que estamos vivendo. Quando transita pelo Meio do Céu podemos perceber que aquilo que construímos, nossa carreira, nossas ambições, têm um propósito de alma a ser alcançado, e por isso ficamos mais abertos para novas idéias, novas abordagens e aqueles que respeitamos como autoridade têm o poder de nos inspirar e ajudar. Os conflitos que temos nessas áreas norteadoras de nossas vidas também são expandidas, o que significa que esses anos podem não ter sido “bons”, no sentido popular do termo, mas é importante ver o que surgiu de novo, que sementes foram plantadas.

Semana que vêm falaremos um pouco mais de Júpiter, através de seu encontro com os outros planetas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Astrologia de Boteco II - Tenha Fé e Descubra seu Júpiter


Mapa na mão, está na hora de você saber mais sobre a natureza da sua fé e da sua filosofia de vida através do posicionamento do seu Júpiter. Depois que ler sobre o seu signo jupiteriano, dê uma olhada também no signo correspondente à casa em que ele está (se no Ascendente leia Áries; se na 2ª casa, Touro; se na 3ª, Gêmeos, etc.), que é possivel ver mais um pouco sobre o assunto. Boa sorte!!!


Júpiter em Áries
A alegria jupiteriana por novidades e expansão em Áries chega a ser desnorteante. A agilidade mental típica do carneiro de fogo é expandida e a capacidade de auto-expressão ganha grande entusiasmo. As últimas tendências musicais e culturais que acontecem em torno do globo, os esportes mais malucos, a moda mais extravagante, o Júpiter ariano tem grande prazer em mostrar como ele é único e afirmar isso com alegria. Esse deus é capaz de inspirar e semear vida nova ao seu redor, e tem grande interesse por encontrar respostas novas às grandes questões da existência. Como paciência não é uma virtude nem de Júpiter nem de Áries, os problemas aqui vão aparecer quando se precisa esperar o tempo de maturação para que as grandes e inspiradas sementes brotem e cresçam. A tendência desse Júpiter é atropelar suas plantinhas recém nascidas porque já vislumbrou a frente um novo campo para explorar e fecundar.


Júpiter em Touro
O Júpiter taurino tem o toque de Midas, mas não vai pensar duas vezes antes de gastar tudo que ganhou em 5 minutos. A expansão através da matéria, proporcionado por esse deus taurino, dá grande habilidade para se levantar recursos mesmo quando parece que eles estão escassos. Há grande motivação para a aquisição de coisas preciosas e um verdadeiro prazer em encontrá-las. A busca filosófica aqui está em descobrir e divulgar o valor material da vida, mostrando que a matéria é algo tão sagrado quanto a alma. O contato com a natureza e todos os seus recursos e o prazer de se estar vivo nesse corpo material é o que dará um sentido religioso para a existência. Com tanto entusiasmo pelas coisas boas da vida, há sempre o risco de se exceder e passar dos limites, principalmente nos prazeres de cama e mesa. É sempre bom estar de olho para ver se não se está acumulando demais e buscar formas de se distribuir o que é mais que o bastante.


Júpiter em Gêmeos
O Júpiter geminiano vai buscar expansão através da mente, que será cheia de energia e inspiração na hora de se comunicar com os outros. A abundância de pensamentos sobre QUALQUER assunto desse deus confere um horizonte infinito a ser explorado, e geralmente a pessoa se torna um eterno estudante. A troca de conhecimentos é a grande alegria do Júpiter em Gêmeos, que vai querer trocar receita de bolo com a senhora analfabeta que encontrou no meio do semi-arido nordestino com o mesmo prazer que troca impressões sobre Kant com o professor doutor vindo da Alemanha. Esse deus também tem grande facilidade para aprender línguas e costuma ter curiosidade por todas as formas de se transformar experiências em linguagem humana. Como em qualquer lugar que Júpiter se coloca existe o problema do excesso, quando ele se instala em Gêmeos se corre o risco de que tantas idéias e informações se percam e confundam por não haver com quem dividir, ou então achar que todas as idéias que se tem são divinas e construir uma psicopatia grave. Esse Júpiter se beneficia muito escrevendo e encontrando grupos onde possa passar tantas informações recolhidas pelo caminho.


Júpiter em Câncer
O exaltado Júpiter canceriano vai transformar todos que encontrar pelo caminho em família. Na mitologia, a maioria dos heróis - de Atena a Dionísio, de Hercules a Perseu, de Minos às Musas - são filhos de Zeus-Júpiter e protegidos do deus em suas aventuras. O sentimental Câncer tem suas emoções expandidas por Júpiter de modo a abranger tudo à sua volta. A família nuclear de origem costuma ser vista como a base filosófica para se explorar o mundo, e a busca por um lar espiritual é a maneira de ampliar seus horizontes. O Júpiter lunar tem uma fé inata na vida e nos vínculos afetivos. Quando maduro, esse posicionamento de Júpiter proporciona vínculos duradouros mesmo que a distancia e o tempo afastem fisicamente as pessoas, pois há uma união de caminhos que dá a certeza do reencontro em algum nível. O exagero dessa visão tão abrangente de vínculo pode fazer com que se relaxe demais nos cuidados necessários para que os relacionamentos criem consistência e profundidade, o que não trará nem satisfação real nem envolvimento emocional com os outros, que é o que realmente fará com que os horizontes se ampliem e criem a ligação com o todo.


Júpiter em Leão
Willian Blake escreveu que “a estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria”, e para quem tem esse posicionamento de Júpiter nada é melhor do que o mais que bastante. Esse deus adora um palco, e quando em Leão sua entrada é precedida de fogos de artifício. Esse é um posicionamento que confere muita audácia e é comum o gosto por esportes radicais, aventuras e jogos, onde cada desafio tem que ser maior que o outro. Esse deus tem a certeza que seu próprio ponto de vista é o mais interessante e iluminado, sendo comum que mesmo quando recebe uma boa idéia de algum amigo, ele conseguirá amplia-la e elabora-la até que se torne sua. Claro que Júpiter, no romântico signo de Leão, será um grande conquistador, e a vida amorosa pode ser um verdadeiro parque de diversões. Os exageros aqui são comuns e é preciso de muito cuidado para não desenvolver a tendência a procurar saídas fáceis através dos relacionamentos e casos amorosos, ou justificar a falta de sensibilidade através da enorme necessidade criativa. Isso muitas vezes faz com que o Júpiter leonino perca as perspectivas filosóficas e religiosas que podem acompanhar toda a criação desse posicionamento, o que é uma pena.


Júpiter em Virgem
O Júpiter virginiano tem grande facilidade para compreender o significado simbólico de tudo que vive e adora montar quebra-cabeças. A autopurificação, a separação do que é veneno do que é saudável e o aprimoramento das habilidades práticas, trazem muito prazer e conhecimento a esse deus. Na mitologia Zeus-Jupiter foi pai da única filha de Demeter, a deusa que representa Virgem, e essa combinação tem um enorme potencial para criar curadores e mestres, que associam suas capacidades de compreensão ao prazer de ajudar os outros. O trabalho também é visto como uma forma de ampliar os horizontes, e não se terá muita paciência para aceitar lugares e pessoas limitadas na exploração da própria energia na busca profissional. Aqui o perigo de exageros está em se dedicar – e divertir – demasiado à exploração da vida profissional como escape da vida pessoal, podendo criar alguma doença para mostrar que é hora de parar. Como, porém, esse é um Júpiter que consegue compreender com facilidade as mensagens do corpo e o significado simbólico das doenças, o mais comum é que ele consiga fazer as mudanças necessárias na própria vida e aproveita-la de outras maneiras.


Júpiter em Libra
Sendo Libra o signo do relacionamento, Júpiter aqui vai poder usar os seus mais variados truques para capturar os parceiros escolhidos. A dinâmica do casamento de Zeus e Hera pode dar uma boa idéia de como costuma funcionar o Júpiter libriano. Zeus, para conquistar a esposa, aparece-lhe como um cuco durante o inverno, e ela, para agasalhá-lo, coloca-o no colo. Ele toma sua forma divina, mas Hera só cede depois que ele promete desposá-la. Júpiter em Libra também se diverte usando vários disfarces nos jogos de sedução. Esse casamento não é lá muito calmo devido aos arroubos apaixonados de Zeus e ao apaixonado ciúme de Hera, e é comum encontrarmos essa dinâmica com esse posicionamento, pois, como sempre ao se tratar desse astro, o exagero pode criar um antagonismo onde a necessidade de liberdade entra em oposição à necessidade de aprofundamento na relação. Tendo as associações como campo de exploração, esse Júpiter precisa de trocas filosóficas com os parceiros do caminho e acaba se decepcionando quando percebe que o Outro não é um deus capaz de dar toda a felicidade do mundo. O melhor desse deus libriano é sua capacidade de ver o outro como amigo e companheiro de aventuras, trazendo muita alegria para o encontro. Além disso, há uma certeza interna de que mesmo quando o relacionamento acaba outro melhor está esperando logo mais adiante.


Júpiter em Escorpião
O Júpiter escorpiniano procura expansão e maior significado na vida partilhando e trocando o que tem, o que acredita e o que dá valor com os outros. A intimidade é percebida em sua forma simbólica de união para algo maior do que cada unidade individual. É comum também dificuldades por causa de muita expectativa nos relacionamentos, pois nem sempre será possível ouvir sinos tocando ou ver fogos de artifício cada vez que se faz amor, e isso é sentido como decepcionante. Escorpião tem uma hipersensibilidade ao que é oculto e Júpiter sempre conseguirá ver sentido nos mistérios da vida. Períodos de crise e de transição são melhor suportadas e geralmente trazem à tona uma confiança e um otimismo inatos que a pessoa não sabia possuir. Esse é um Júpiter que sabe que pode confiar na própria sensibilidade tanto para transações no mercado financeiro quanto a respeito da direção que as coisas vão tomar em sua vida, e tem audácia suficiente para explorar isso.


Júpiter em Sagitário
Quando em seu próprio domicílio, Júpiter pode ser de arrasar... Literalmente. A separação entre os centauros dominados pelo delírio dionisíaco, com toda a sua brutalidade, e a consciência da dupla natureza de Quiron, fará toda a diferença aqui. Antes de Hera, Júpiter namorou Métis, a antiga representação da sabedoria. Quando ela ficou grávida, Júpiter recebeu a advertência de um oráculo de que seria destronado por qualquer filho que tivesse com Métis, e por isso devorou a deusa e a criança que ela concebia. Assim Zeus passou a personificar a suprema sabedoria em si mesmo. Mais tarde, depois de uma terrível dor de cabeça, ele dá à luz Atená, que se torna não só sua filha preferida como também ganha o título de nova deusa da sabedoria. Essa história tem muito a ver com o Júpiter sagitariano, pois nos mostra que a sabedoria não pode ter filhos quando apenas seduzida, pois torna-se ameaçadora. Ela deve ser digerida, pensada e repensada, para poder nascer num espaço que permite o amor e a existência. Um conhecimento limitado, que não se integra à personalidade como um todo, pode ser perigoso, e esse posicionamento pode gerar uma tendência a pensar que se sabe tudo, pois é facil esquecer as limitações da natureza humana. Mas quando o Júpiter sagitariano consegue ter o cuidado de manter sua consciência na ferida feita pelo encontro do divino com o humano em sua alma, suas idéias e inspirações cheias de luz podem realmente iluminar o caminho de todos.


Júpiter em Capricórnio
Ao contrário do que muita gente pensa, quando um planeta está em seu signo de queda é muito mais fácil aproveitá-lo, exatamente porque ele tem que ser trabalhado de maneira mais consciente. O Júpiter capricorniano costuma ter a virtude que mais falta em seus irmãos de outros signos, que é a paciência. Esse deus adora o papel de autoridade, que consegue assumir sem ser super protetor nem exigente demais com seus subordinados. As figuras de autoridade também são vistas de maneira positiva, e com isso se acaba atraindo ajuda das hierarquias superiores. Há uma grande facilidade para assumir as responsabilidades da própria vida e uma visão abrangente que gera um senso de discernimento apurado, além de uma boa capacidade de organizar os outros. Como qualquer Júpiter, ele não vai querer passar despercebido, e, apesar de mais comedido, será difícil não notar todos os símbolos de status que giram ao seu redor. O Júpiter capricorniano precisa de espaço e autoridade para poder fazer todas as suas manobras, e esse é um deus que consegue o reconhecimento necessário para isso.

Júpiter em Aquário
Clubes, organizações e associações que promovem o crescimento de todos é a praia desse Júpiter. De clube de línguas a ONGs para salvar a Amazônia, esse é um deus que quer cada vez mais amigos, e de preferência de culturas e nacionalidades diversificadas. A vida social de um Júpiter aquariano costuma ser bem agitada. Aquário é um signo que está voltado para o futuro e o Júpiter aqui costuma ter muitas metas e ideologias a alcançar. Há grande prazer também com todas as maquininhas modernas que aparecem no mercado. O mais difícil para esse Júpiter é selecionar quais idéias geniais valem realmente a pena seguir, pois muitas coisas boas podem simplesmente se dissolver por ele não saber em qual atirar primeiro. Como a fé jupiteriana é imbatível, existe também a certeza de que se irá realizar aquilo que se quer, já que se está querendo o que é melhor para todos. Nem sempre essa expectativa se mostra realista, mas isso não é motivo para o Júpiter aquariano se sentir desencorajado.


Júpiter em Peixes
A busca de expansão jupiteriana combinada com o mundo sem fronteiras de Peixes é algo que só se pode chamar de espiritual. Justamente quando as coisas parecem mais negras e sem esperança, o Júpiter pisciano aparece, não se sabe de onde, e salva a situação. Isso não tem a ver com sorte ou fadas madrinhas - apesar de muitas vezes tomar essas formas - mas com a fé na benevolência e no significado da vida que essa posição de Júpiter proporciona, tornando a pessoa aberta e disposta a receber qualquer coisa que lhe é trazido. O significado que Júpiter busca na vida é encontrado em Peixes através de eventos externos que correspondem aos estados internos, o que faz com que experiências negativas mostrem seu lado positivo e obstáculos se transformem em bênçãos. O Júpiter pisciano costuma ser um canal através da qual passam a inspiração e o dom da cura, por isso tem muito a oferecer aos doentes, aos prisioneiros e aos viciados, pois a visão ampliada que surge nos tempos de dificuldades traz esperança e inspiração não só para si, mas também pode guiar outros através de seus obstáculos.

domingo, 2 de dezembro de 2007

JÚPITER


Regente de Sagitário e com exílio em Gêmeos, exaltado quando em Câncer e em queda quando em Capricórnio, o planeta Júpiter é ligado ao crescimento e à expansão. Astronomicamente ele é considerado um gigante: todos os planetas do sistema solar caberiam dentro dele, que é 1300 vezes maior que a Terra. Além disso, ele não é como os outros planetas, pois emite 9 vezes mais radiação do que a que recebe do Sol. Seu ciclo é de 11 anos e 315 dias, ficando mais ou menos 1 ano em cada signo.

Na astrologia ele se associa à benevolência dos deuses e à expansão. Júpiter-Zeus da mitologia olha a vida na Terra de uma alta perspectiva olímpica, distribuindo o bem e o mal, sendo evocado para afastar catástrofes e pragas. Um dos maiores prazeres desse deus, apesar dos cerceamentos de sua esposa Hera, está em correr atrás de mulheres, belos rapazes e deusas, nem sempre com sucesso, mas sempre sendo criativo, se transformando num cisne hoje e em chuva de ouro amanhã, como um ator nato, que adora assumir os mais estranhos papéis. O resultado disso é uma infinidade de filhos, que ele sempre confiava a outros para criar. Na astrologia médica Júpiter está associado ao fígado, nosso maior órgão, que sabe quando recebemos alimentos e bebidas em excesso e regula isso: um fígado com bom funcionamento sabe quantificar excessos, armazenando o que precisamos e destruindo o que é a mais, enquanto um fígado doente luta deficientemente contra o excesso e não consegue eliminar as toxinas adequadamente. Júpiter é crescimento e dilatação e o fígado também se dilata quando comemos e bebemos em excesso para promover o equilíbrio, e, depois de anos de abuso, acaba doente por esgotar seus recursos e não conseguir mais voltar a seu estado normal. Em A Doença Como Caminho (Dethlefsen, Thorwald e Dahlke, Rüdiger – Ed. Cultrix – 1992 - SP), o fígado é descrito através de suas 4 funções: armazenador e gerador de energia, desintoxicador e metabolizador de albumina. Através dessas funções, podemos entender muito das representações de Júpiter. Energia, para o corpo biológico, quer dizer gordura, que em excesso cria a obesidade. Uma das dificuldades que temos com a idade é a de transformar gordura em energia, exatamente porque paramos de crescer e a expansão deixa de ser na vertical e começa a ser horizontal. A percepção de que as necessidades de crescimento estão se modificando – por causa da idade, da mudança da maneira de encarar o mundo, das novas conquistas, dos novos aprendizados, ou o que seja – é a diferença entre a expansão e o exagero: se aos 20 anos você consegue passar a noite bebendo e no dia seguinte ir trabalhar e ir para a aula de noite, aos 35 isso vai causar muitas dores de cabeça e aos 55 é a garantia de uma péssima semana. Assim é com relação ao nosso Júpiter astral também: se não aprendemos a utilizá-lo de maneira sábia, será essa a área de nossa vida em que teremos problemas ao extrapolar nossos limites. Mas o fígado, assim como Júpiter, também é um desintoxicador, e muitas vezes é olhando para a área regida por Júpiter no mapa que podemos encontrar a saída da negatividade que está nos paralisando, pois é ali que teremos um pouco mais de energia para sair para dançar, encontrar os amigos ou ir para aquele grupo de estudos que nos faz bem quando os problemas parecem irresolúveis e estamos desesperançados. E aí, quando voltamos, estamos melhores e os problemas não nos parecem assim tão grandes ou ao menos estamos com mais disposição para enfrentá-los e podemos olhá-los por outros ângulos. Outra das funções importantes do fígado é a transformação de proteína animal e vegetal em proteína humana - levando a uma “evolução” da proteína. O processo de síntese de proteína humana realizada pelo fígado, como descrito no livro “Doença como Caminho”, fala da função “filosófica” ou “religiosa” desse nosso grande órgão. Na síntese de proteína, o fígado quebra as proteínas animais e vegetais em seus elementos básicos - os aminoácidos - e depois reorganiza esse material de modo a construir uma estrutura humana, mudando a qualidade do resultado, apesar da quantidade de aminoácidos continuarem o mesmo. Religião é, literalmente, “ligação retrospectiva”, “ligar de novo”, e é nesse sentido que Júpiter é religioso, pois ele nos possibilita perceber que existe uma união com o todo, e que a diversidade que nos separa da Unidade Primordial é uma ilusão, fruto do jogo divino dos vários padrões básicos da mesma essência comum. É através da percepção e da brincadeira com o todo e as partes, e da tensão entre essas duas percepções, que Júpiter cria expansão para nos fazer evoluir de animais e vegetais para nosso destino humano. A área que Júpiter monta seu altar no mapa astral será onde podemos contar com a benevolência dos deuses e por isso será onde conseguimos compreender mais facilmente como transformar as coisas vividas em lições que nos levam mais além. Quando usamos nosso Júpiter com consciência aprendemos a nos divertir enquanto aprendemos e evoluímos, e também conseguimos ver o que nos faz mal e fazer as mudanças necessárias para viver com maior sabedoria. A casa e o signo do mapa astral em que encontramos Júpiter é uma área onde temos muita necessidade de espaço para preencher e explorar, onde não estamos contentes com rotina e monotonia e queremos experimentar a vida da maneira mais ampla e completa possível. É interessante notar que o Júpiter não é infeliz com o que tem, apenas quer mais, pois sempre há mais um passo a dar: ele não reclama do que tem por estar mais interessado naquilo que irá encontrar mais adiante. Os problemas da casa em que temos Júpiter estarão ligados aos excessos, pois é onde nunca sabemos o que é o bastante até que conheçamos o que é mais que o bastante. Onde somos otimistas ou entusiastas demais acabamos passando por cima dos detalhes, e corremos o risco de superestimar alguma possibilidade e depois não dar conta da concretizaração. É também na nossa esfera jupiteriana que corremos o risco de certa promiscuidade, onde semeamos o que há de mais criativo, mas não temos paciência para ver crescer. Júpiter era invocado como o Grande Preservador da vida e, embora ele possa distorcer nossa clareza e racionalidade, os negócios da casa onde ele se encontra nos oferecem a crença em algo maior, a esperança em algo melhor e o sentido de que a vida não é uma coleção de meros acontecimentos, mas tem um sentido cheio de propósito e significado. Quando nossa fé na vida começa a falhar, é olhando para os domínios de Júpiter que podemos renovar nossa inspiração para continuar.