domingo, 14 de outubro de 2007

Mitos para Libra


Os egípcios têm uma imagem muito boa de Libra no mito de Maat. Quando um egípcio morria e era conduzido ao Reino dos Mortos, passava por um confronto com esse deus, que era chamado o senhor da Verdade. A alma tinha que confessar todos os seus pecados e depois era colocado em um prato de balança, colocando-se Maat no prato oposto. Se a alma tivesse confessado todos os pecados, e com isso se purificado, os pratos da balança se equilibrariam, caso contrário o prato de Maat seria mais pesado e a alma seria destruída, pois a Verdade sempre pesa mais. Maat, neste caso, personifica a Lei da Verdade e da Ordem que Libra persegue.
Já os gregos podem nos dar acesso aos significados mais profundos de Libra por meio do mito de Páris. Também conhecido como Alexandre - “o protetor dos homens” -, Páris era filho do rei de Tróia, Príamo, e de sua esposa Hécuba. Ele havia sido criado por pastores pois sua mãe sonhou, pouco antes da criança nascer, que dava à luz uma tocha que incendiava a cidade, o que foi interpretado como a destruição de Tróia pelo filho do rei que iria nascer. Páris cresce forte e belo como pastor, ganhando fama de ser um homem bom e elegante em suas relações. Certo dia, no monte Pelion, durante as comemorações de núpcias da nereida Tetis com o herói mortal Peleu, Eris, deusa que personifica a Discórdia, deixa cair uma maça de ouro entre os deuses, com um recado destinando o pomo à mais bela entre as deusas presentes. Lá estavam Hera, Atená e Afrodite. O Pomo da Discórdia levanta grande disputa e polêmica entre as três deusas, mas nenhum dos deuses quer assumir a responsabilidade da escolha. Zeus encarrega Hermes de conduzir as três imortais ao monte Ida, para serem julgadas por Páris. Primeiro o pastor tentou se negar a arbitrar a disputa, mas Zeus não é deus de aceitar negações. Depois ele tenta dividir o prêmio igualmente entre as três deusas, mas aí são elas que recusam. Essas geralmente são as atitudes de Libra quando se vê frente a escolhas: ou se nega a fazê-la ou tenta uma divisão eqüitativa. Mas nem sempre essas decisões diplomáticas são possíveis, e as deusas partem para o suborno: Hera, se vencedora, assegura a Páris o império sobre a Ásia; Atená oferece-lhe sua sabedoria e a vitória em todos os combates; Afrodite promete a ele o amor da mais bela mortal do mundo, Helena, que era esposa de Menelau, rei de Esparta. E aqui começa a Guerra de Tróia.
Assim como Páris, Libra acaba tendo que se defrontar com a necessidade de julgamentos onde tem que levar em conta seus valores pessoais e seus valores éticos. Principalmente nos relacionamentos afetivos, as escolhas librianas costumam ser confusas e difíceis, sendo freqüente vê-los em triângulos amorosos criadores de situações de dilema e insegurança. Esse tipo de problema acontece por seu medo de fazer a escolha “errada”, pois não quer abrir mão de uma coisa em proveito de outra. Essa propensão à ficar acuado entre duas ou mais tentativas (seja profissional, afetiva ou espiritual) indica um padrão geral de desenvolvimento do signo: algo dentro de Libra parece forçá-lo a se dividir dolorosamente entre os opostos que ele deseja harmonizar e pacificar, até que consiga descobrir a própria identidade, em um processo de valorização afetiva e de responsabilidade pelas escolhas pessoais.

É comum que essa dificuldade libriana surja de um ambiente familiar de separação, seja por que os pais não se separam “por causa” dos filhos, seja por que o casal se desfez quando a criança era muito pequena e só se encontram em função dela. O pequeno libriano acaba apegando-se em demasia aos dois pais, como se fosse sua a responsabilidade - e possibilidade - de mantê-los unidos. Assim, ao mesmo tempo que lapida sua diplomacia nata, para conseguir sobreviver às tempestades emocionais desarmônicas do lar, e se torna hiper sensível à aparência e à aceitação social, acaba desenvolvendo uma raiva profunda por ambos os pais, o que ele irá reprimir e se agigantará no inconsciente. Essa raiva reprimida e destrutiva impede o libriano de entrar em contato pleno com outros sentimentos e emoções, e só quando ele se vir obrigado a enfrentar corajosamente essa Sombra é que poderá começar a descobrir seus reais valores pessoais, para então tomar suas decisões de forma harmoniosa, sejam elas éticas, estéticas ou afetivas, para a qual tem verdadeiro dom.
Filmes para entender Libra:
Legalmente Loira - Legally Blonde, 2001- Direção: Robert Luketic
Legalmente Loira 2 - Legally Blonde 2: Red, White & Blonde, 2003 - Direção: Charles Herman-Wurmfeld
Dogville - Dogville, 2003 - Direção: Lars Von Trier

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