domingo, 30 de setembro de 2007

O SOL



O sistema planetário em que vivemos gira em torno da Estrela que chamamos Sol. Esse astro é a fonte primaria de nosso sistema, e seu efeito gravitacional domina todos os outros corpos.

O signo solar é o que a maioria das pessoas conhece, e muitas vezes é também o que temos mais dificuldade em nos identificar. Isso faz com que muitos duvidem da astrologia. O que geralmente acontece é que levamos muito mais tempo para chegar ao centro e entender o que realmente nos move. A consciência solar é algo que vamos desenvolvendo a vida toda e nunca em linha reta. Afinal, quem é capaz de suportar 6 000 graus centígrados durante muito tempo? Ao olharmos para o Sol precisamos de filtros, por isso o signo Lunar ou o Ascendente costumam ser muito mais fáceis de ver.

Uma pergunta comum que me fazem é se o Ascendente fica mais forte com a idade. Não acredito nisso, a menos que a pessoa fique cada vez mais longe do seu centro com o tempo, o que não costuma ser bom para um envelhecimento saudável. O Ascendente é o caminho que percorremos, os instrumentos que temos, o portal que nos leva ao mundo. O Sol é o herói que atravessa o portal para percorrer o caminho e desenvolver esses instrumentos.

O Sol na Alquimia é o ouro que se faz do chumbo e objetivo de todo o processo. Robert Fludd, alquimista que publicou seu tratado em 1617, falava do Sol como centro do macrocosmo, situando-o precisamente no ponto de intersecção das pirâmides da Luz e das Trevas, na “esfera de equilíbrio da forma e da matéria. Nele habita a alma universal geradora da vida”.

O que não falta na história mitológica da Humanidade são heróis solares, pois todas as histórias de transformação e amadurecimento do ser falam do processo solar. Hércules, Percival, Horus, são alguns exemplos disso. A maioria das análises desse caminho, entretanto, foi apresentado através de heróis masculinos, o que contradiz o princípio de equilíbrio de que fala esse astro. A partir do século XX, podemos também entender melhor o Sol através do gênero feminino da Humanidade. Com a saída da mulher da esfera privada para a esfera pública foi possível enxergar de maneira mais equilibrada o desenvolvimento solar. Apesar de a Lua ser muitas vezes associada à consciência feminina, o que se observa hoje em dia é que tanto homens quanto mulheres se iluminam pelo Sol e se refletem emocionalmente através da Lua. No Sol encontramos nossa capacidade de Amar: a nós mesmos, ao Outro e à vida, o que no fundo são nomes diferentes para a mesma coisa.


Clarissa Pinkola Estés, com seu magnífico Mulheres que Correm com Lobos (Ed Rocco, RJ- 1999), mostra isso de maneira bem clara. Inspirada nesse processo demonstrado por Estés é que estarei pensando, refletindo e analisando o desvendar solar – de homens e mulheres – de cada signo.